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    Esquerda utilizou sexualidade como forma pejorativa e Janones apenas tumultuou CCJ, diz Nikolas Ferreira à CNN

    Deputado federal (PL-MG) disse ainda que "desafia qualquer autoridade de segurança pública a entrar na Maré" e que "esquerda entrou em pane com a pergunta feita a Flávio Dino"

    Douglas PortoElis Francoda CNN , em São Paulo

    O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) disse, nesta quarta-feira (29), em entrevista à CNN, que a esquerda utilizou a homossexualidade de forma pejorativa na sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, da terça-feira (28), quando ele foi chamado de “chupetinha” e “Nikole”.

    “Sendo bem sincero, ontem a esquerda ela inaugurou algo inédito. Utilizou a homessexualidade como uma forma pejorativa para uma pessoa hétero. Ou seja, a homessuxualidade eles utilizam quando convém”, afirmou o congressista do Partido Liberal.

    Segundo Nikolas, o deputado André Janones (Avante-MG), que declarou ser o autor das ofensas, apenas tumultuou a comissão e não fez nenhuma contribuição para a audiência com o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino.

    “Esse deputado, quero ressaltar aqui, ele não fez nenhuma fala na comissão. Ele não contribuiu absolutamente em nada no debate do tema, simplesmente chegou para poder tumultuar ontem, assim como também fez hoje na CCJ, assumindo, assim, a autoria desses insultos”, expressou.

    Em contato com a CNN, Janones expôs que Nikolas “sequer é membro da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados, e compareceu à comissão a qual o Deputado Janones é titular, somente ontem, para gravar o seu TikTok fazendo ilações de que o Ministro Flávio Dino teria um acordo com o crime organizado para entrar em uma comunidade. Isso é criminoso, isso é tumultuar”.

    “O Nikolas se declarou vítima de homofobia, usando uma pauta tão relevante para criar uma narrativa infundada, uma vez que ele se diz hétero e o apelido ‘chupetinha’ se dá pela infantilidade, o deputado é conhecido por ser um bebê chorão e chupeta é o que se dá a criança que chora. O fato dele assimilar como ofensa homofóbica é de total responsabilidade do mesmo, primeiro porque ele acredita que ser gay é ofensa e por fim, porque é uma clara tentativa de criar uma narrativa sem nexo, sentido ou fundamento”, finalizou.

    O caso

    Na reta final do encontro, Nikolas Ferreira pediu que Dino tratasse a comissão “com respeito, sem deboche”, afirmando que aquele ambiente “não tem palhaços”.

    Foi, então, que outros congressistas começaram a atacar o deputado bolsonarista.

    A primeira ofensa homofóbica que se ouve é “chupeta”, apelido que surgiu após disseminação de um vídeo fake que circulou nas redes sociais no ano passado, associando o deputado a ato erótico.

    Pouco depois, deputados gritam “peruca” e “Nikole”, referências a um episódio protagonizado por Nikolas no último dia 8 de março, data em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher.

    Na ocasião, o deputado do PL subiu ao púlpito do plenário da Câmara dos Deputados com uma peruca — que vestiu ao afirmar que “se sentia mulher” — e disse que “mulheres estão perdendo espaço para homens que se sentem mulheres”.

    Visita de Flávio Dino ao Complexo da Maré

    Sobre a visita do ministro Flávio Dino ao Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, Nikolas Ferreira alegou que a esquerda entrou em pane com seu questionamento sobre “quem negociou e conversou com o tráfico para poder liberar a sua ida” até o local.

    “Minha pergunta foi bem clara e direta. Ele alegou que foi até o Complexo da Maré para poder encontrar lideranças comunitárias. Mas é de conhecimento geral e notório de que aquele local é comandado pelo tráfico”.

    “Mais especificamente pelo Comando Vermelho. Bope [Batalhão de Operações Policiais Especiais], agentes de polícia, já se manifestaram que para adentrar aquele local, é necessário ter um forte aparato de segurança. E o ministro entrou ali com dois carros grandes, com insulfilme, e de quatro a seis seguranças, meramente não dava para ver se eles estavam armados. Inclusive, a cem metros de onde o ministro entrou, tinha uma barricada do tráfico”.

    “Eu desafio qualquer autoridade da segurança pública fazer o que o Flávio Dino fez. É de conhecimento local de pessoas que eu inclusive eu conversei que moram ali de que logo ali na rua que ele esteve existem pessoas do tráfico armadas, existia uma barricada, tem foto. É uma barricada do tráfico onde o ministro esteve”.

    A CNN procurou Dino e espera seu posicionamento sobre as falas proferidas pelo deputado.

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