Espero que Câmara avalie a gravidade da situação, diz Gilmar sobre Silveira
Ministro enfatizou que prisão do parlamentar foi referendada pelos 11 ministros do Supremo
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quinta-feira (18), em entrevista à CNN, que espera que a Câmara dos Deputados considere “a gravidade da situação” ao analisar a manutenção ou não da prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ).
O magistrado ainda enfatizou que a decisão que prendeu Silveira, lavrada inicialmente apenas pelo ministro Alexandre de Moraes, foi confirmada de forma unânime pelo plenário do STF.
“Eu espero que a Câmara avalie a gravidade da situação e que de fato considere aquilo que foi decidido pelo ministro Alexandre inicialmente e depois pelo plenário, com os 11 votos”, disse Mendes, entrevistado pelo âncora William Waack.
Daniel Silveira foi preso na terça-feira (16), após a divulgação de um vídeo com ameaças e ofensas ao STF. Por ser deputado federal, o parlamentar só pode ser preso em flagrante, com a ordem precisando ser analisada e confirmada ou não pela Câmara dos Deputados.
A sessão do plenário da Câmara que discutirá a prisão de Silveira está marcada para as 17h desta sexta-feira (19). Segundo apuração do colunista da CNN Caio Junqueira, o relator do caso, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), vai defender que Silveira permaneça preso.
Partidos do grupo conhecido como Centrão estimam que cerca de 350 deputados estejam inclinados a votar pela manutenção da prisão de Daniel Silveira. Apenas PSL, Podemos, Novo, Pros e PSC se manifestaram a favor da libertação do parlamentar.
Bolsonaro
Questionado se enxergava alguma relação entre as atitudes do deputado Daniel Silveira e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de quem o parlamentar é apoiador, Gilmar negou. “Não acredito que o Palácio do Planalto ou a Presidência da República tenha interesse em uma crise como essa”, afirmou o ministro.
Gilmar Mendes, no entanto, não descartou uma relação entre a postura política do presidente e posturas como a do parlamentar. “O modo de fazer política, o modo de agir, esse modo agressivo, talvez estimule algumas pessoas a se comportarem dessa maneira”, argumentou.