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    Enviado do governo brasileiro, Celso Amorim tem reunião com Nicolás Maduro, na Venezuela

    Governo de Luiz Inácio Lula da Silva quer normalizar relações com o país vizinho, rompidas durante mandato de Jair Bolsonaro

    Nicolás Maduro encontra Celso Amorim
    Nicolás Maduro encontra Celso Amorim Divulgação/Twitter

    Da Reuters

    O enviado do Brasil à Venezuela, Celso Amorim, e uma delegação brasileira visitaram o presidente Nicolás Maduro na quarta-feira (8).

    Maduro postou em sua conta no Twitter na noite de quarta fotos de Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores e um dos principais assessores de Lula, cumprimentando-o em um palácio venezuelano.

    “Tive um agradável encontro com a Delegação da República Federativa do Brasil, chefiada por Celso Amorim. Estamos empenhados em renovar nossos mecanismos de união e solidariedade que garantam o crescimento e o bem-estar da Venezuela e do Brasil”, escreveu Maduro em uma postagem com foto de ambos.

    O governo de Luiz Inácio Lula da Silva quer normalizar as relações com a Venezuela, rompidas durante o mandato de Jair Bolsonaro, e ambiciona voltar a ser um mediador entre o governo de Maduro e a oposição.

    Nesta quinta, Amorim tem um encontro com o advogado Gerardo Blyde, um dos líderes da Plataforma Unitária, a coligação de oposição, e que vem sendo responsável pelas negociações reabertas entre governo e oposição, desde o final do ano passado.

    Uma das preocupações do governo brasileiro são as eleições presidenciais de 2024. Lula afirmou, ainda durante a campanha, em 2022, que defendia para a Venezuela eleições livres e com alternância de poder.

    “Nós precisamos tratar a Venezuela com respeito, sempre desejando que a Venezuela seja o mais democrática possível. Eu defendo a alternância de poder não apenas para mim, mas para a Venezuela também”, disse o presidente à época em entrevista para jornalistas estrangeiros.

    As últimas eleições no país, em 2018, deram a vitória mais uma vez a Maduro, mas foram extremamente criticadas por agentes internacionais por suspeitas de fraudes, compra de eleitores e impedimentos para participação de opositores.

    A situação levou órgãos como o Alto Comissariado das Nações Unidas e a União Europeia a não reconhecerem o resultado, no que foram seguidos por diversos países.

    Vários passaram a aceitar Juan Guaidó, líder da oposição, como um auto-declarado presidente da Venezuela. Inclusive o Brasil que, sob o comando de Bolsonaro, rompeu relações com o país vizinho.

    Assim que tomou posse, Lula determinou a retomada das relações diplomáticas e a reabertura da embaixada brasileira em Caracas.

    Amorim foi a pedido de Lula, com conhecimento do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A intenção, confirmam as fontes, é abrir canais de diálogo com os dois lados e retomar a normalidade das relações.

    Maduro foi impedido de vir à posse de Lula porque um decreto do governo anterior proibia a entrada no país de membros do alto escalão venezuelano. O decreto foi revogado na véspera da posse, mas Maduro não conseguiu vir e mandou um representante.

    Lula e o presidente venezuelano também chegaram a marcar um encontro durante a Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Buenos Aires, no final de janeiro.

    No entanto, Maduro novamente não foi. Em nota, disse ter cancelado porque a inteligência de seu país teria revelado riscos para sua viagem.