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    Randolfe sobre “saidinhas”: Com Lira ministro e Pacheco líder do governo, votação seria igual

    À CNN, líder do governo no Congresso disse que derrubada de vetos que vão contra agenda conservadora “é a realidade que temos”

    Henrique Sales Barrosda CNN

    São Paulo

    O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), minimizou, em entrevista à CNN, a derrubada pelo Congresso do veto presidencial ao projeto que restringe as “saidinhas”, como são conhecidas as saídas temporárias de presos.

    “Se o ministro da articulação política fosse o presidente da Câmara (Arthur Lira, do PP-AL) e o líder do governo no Congresso fosse o presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG, à frente do Senado), eu duvido que eles conseguiriam (manter os vetos)”, afirmou.

    Randolfe deu a declaração em entrevista ao Brasil Meio-Dia (de segunda a sexta-feira, ao 12h), nesta quinta (30). Para o líder, a derrubada de vetos que vão contra a agenda da direita conservadora “é a realidade que temos”.

    “O povo brasileiro escolheu um Congresso que é mais conservador”, declarou, destacando, porém, que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “não tem o que se queixar” ao Legislativo em relação a pautas nas agendas econômica e social.

    “Todos os temas que interessavam do ponto de vista orçamentária e econômico ao governo, quando foi para apreciação do Congresso Nacional, os vetos foram mantidos”, afirmou Randolfe.

    Para além das “saidinhas”, o Congresso derrubou um veto de Lula à proibição de verbas federais para ações relacionadas ao aborto e manteve um, dado ainda pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que impede punições a disseminadores de desinformação.

    Por outro lado, o Legislativo, na mesma sessão conjunta, realizada na terça-feira (28), manteve um veto presidencial que desobriga o Palácio do Planalto a cumprir um calendário de pagamento de emendas parlamentares.

    “Escolha pessoal”

    Randolfe também disse que, na articulação política com o Congresso, o presidente Lula exerce uma “escolha pessoal e de confiança” em relação a nomes para postos e que o mandatário não abre mão disso.

    “O governo anterior, por exemplo, não fez essa escolha: delegou a arte de governar para o Congresso Nacional”, afirmou Randolfe, fazendo referência ao governo de Jair Bolsonaro.

    Com Lula, os petistas Rui Costa e Alexandre Padilha comandam a Casa Civil e a Secretaria de Relações Institucionais – recriada pelo atual governo. Com Bolsonaro o senador Ciro Nogueira (PP-PI) assumiu o primeiro posto em 2021, após a eleição de Lira na Câmara.

    “Este governo se preocupa com o samba-enredo, com o conteúdo do governo: melhorar a vida das pessoas, deixar o desemprego no menor nível…”, afirmou Randolfe, listando ações da atual gestão federal nas áreas econômica e social.

    Novamente comparando Lula a Bolsonaro, Randolfe cutucou, dizendo que “houve tempo em que a preocupação do governo era se preocupar com ‘motociata’ em visitas nas cidades e ‘passar a boiada’ em relação ao meio ambiente”.

    “Esse era um tempo em que o governo delegava a relação política: não se preocupava com a relação com o Congresso e se preocupava mais com alegorias”, disse. “Este governo tem articulação política, e a articulação política é o segundo artigo da Constituição”, declarou.

    O segundo artigo da Constituição Federal, inserido no título “Dos princípios fundamentais”, descreve que os “Poderes da União” – sendo eles: Legislativo, Executivo e Judiciário – são “independentes e harmônicos entre si”.

    VÍDEO: Randolfe: Lula não delega “arte de governar” ao Congresso

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