Entorno de Bolsonaro tenta influenciar escolha de novo advogado de Mauro Cid
Há outro grupo de aliados do militar que defende a escolha de criminalista com bom trânsito entre políticos da esquerda como estratégia para eventual nova convocação para depor em CPMI
Pouco mais de 24 horas depois de o advogado Bernardo Fenelon anunciar que “por motivos pessoais” deixaria a defesa do tenente-coronel Mauro Cid, a família do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) não confirmou nome do novo criminalista que assumirá o caso.
A CNN apurou que o entorno do ex-presidente tenta indicar um profissional. Há outro grupo de aliados do militar que defende a escolha de criminalista com bom trânsito entre políticos da esquerda, como estratégia para eventual nova convocação depor em CPMI.
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Desde que se viu envolvido em escândalos ligados ao governo passado, essa é a segunda mudança na equipe de defesa do militar, que está preso há 100 dias.
Episódio anterior
Assim que veio à tona o caso da falsificação de cartões de vacina, Mauro Cid passou a ser defendido pelo advogado Rodrigo Roca, ligado à família Bolsonaro.
Profissional com larga experiência em acordos de delação premiada, o criminalista teria desagradado ao orientar o cliente a, no depoimento à Polícia Federal, dar detalhes sobre tudo o que ocorreu, o que não feito. Na ocasião, apenas a esposa de Cid reconheceu a falsificação. O ex-ajudante de ordens ficou calado.
Roca foi substituído. De acordo com pessoas próximas a Cid, outro nome foi escolhido por sugestão do pai, o general Mauro Lourena Cid, que agora se vê envolvido na suspeita de venda de presentes recebidos por autoridades brasileiras. Foi quando Bernardo Fenelon assumiu a causa.
Divergências
Nos bastidores, a mudança foi vista como estratégica e apoiada por colegas militares. Naquele momento, a interpretação era de que a crise poderia ser contornada.
No entanto, fatos novos revelados na semana passada trouxeram à tona divergências entre as partes. Justamente em um momento de fragilidade para o tenente-coronel, que é alvo de novas denúncias e corre o risco de ser convocado para novo depoimento na CPMI do 8 de Janeiro, no Congresso Nacional.
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