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    Entorno de Bolsonaro desaprova ofensiva contra Alexandre de Moraes, dizem aliados

    A leitura, desde o grupo político ao militar, é de que as ações protocoladas no Supremo Tribunal Federal e na Procuradoria-Geral da República (PGR) não trazem ganho eleitoral

    Caio Junqueira

    O entorno do presidente Jair Bolsonaro (PL) desaprovou seus mais recentes movimentos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. É o que revelam aliados de diferentes alas do governo.

    A leitura, desde o grupo político ao militar, é de que as ações protocoladas no Supremo Tribunal Federal e na Procuradoria-Geral da República (PGR) não trazem ganho eleitoral em um momento em que, para ser reeleito, ele precisa conquistar um eleitor de centro que repudia radicalismos.

    Muito embora haja a percepção de que Bolsonaro age formalmente do modo correto, apresentando questionamentos previstos na legislação, a avaliação, por exemplo, da ala política é de que ele nada ganha ao brigar com o STF.

    Mas prefere fazê-lo por acreditar que Moraes age politicamente contra ele e mede forças diariamente com o presidente. Suas ações judiciais das últimas 24 horas teriam, portanto, como objetivo tentar mostrar ao país que Moraes trabalha contra ele e não respeita a Constituição.

    Dentre militares, há uma avaliação semelhante. Se, por um lado, apontam que o objeto central do questionamento de Bolsonaro contra Moraes –o inquérito das fake news– padece de constitucionalidade apesar de o STF tê-lo julgado constitucional, também se posicionam contrários às mais recentes ações do presidente.

    As duas alas dizem não terem sido consultadas sobre as ações. A sensação é de que o clima nunca esteve tão ruim e o diálogo entre o Palácio do Planalto e o STF tão interditado como agora.

    Há, contudo, um sentimento de que a cúpula do Judiciário, Edson Fachin e Moraes à frente, ampliaram as provocações contra Bolsonaro ao apontarem constantemente o risco de uma ruptura institucional.

    Também avaliam que o presidente do STF, Luiz Fux, não tem o mesmo perfil de seu antecessor, Dias Toffoli, mais afeito a composições políticas e a distensionamentos entre poderes.

    Integrantes da coordenação da campanha, muito ligada à ala política, disseram a CNN que o conflito institucional não é, em princípio, o mote de campanha. O plano, hoje, é focar o discurso em realizações do governo, justamente para tentar diminuir a rejeição e melhorar os índices de ótimo/bom/regular de Bolsonaro. Em outra frente, atacar Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o líder das pesquisas. A campanha avalia que, apesar da dianteira do petista nas pesquisas, a eleição está indefinida e sem favoritos.

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