Em última negociação com servidores, governo apresenta proposta sem aumento salarial para 2024
Proposta inclui reajuste apenas em benefícios, como vale-alimentação
O governo federal apresentou nesta segunda-feira (18) a última proposta para a negociação salarial para servidores, mas sem reajuste para 2024. A mensagem foi confirmada em reunião com representantes de sindicatos e federações do funcionalismo público.
O secretário de Relações de Trabalho do Ministério de Gestão e Inovação, José Lopez Feijóo, abriu o encontro informando sobre as dificuldades orçamentárias do governo federal e confirmou a impossibilidade de reajuste nos salários.
A alternativa encontrada pelo governo federal é elevar os benefícios para as categorias.
A proposta inclui o aumento do auxílio-alimentação de R$ 658 para R$ 1.000 e do auxílio-creche para R$ 480. A equipe econômica também propôs aumento do valor médio do auxílio per capita saúde — um ressarcimento ligado aos planos de saúde dos servidores — de R$ 144 para R$ 215.
Somadas, as mudanças representam um reajuste de 51,06% nos auxílios.
A proposta não foi bem recebida pelos servidores públicos, que intensificaram a pressão para o aumento salarial nos últimos dias. Para as categorias, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acaba mantendo o congelamento salarial observado na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando reajustes não foram liberados.
Para o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, a sugestão apresentada nesta segunda-feira merece repúdio.
“Como aposentados e pensionistas não recebem auxílio-alimentação nem auxílio-creche, a proposta se reveste de um etarismo perverso, pois excludente em relação a esse segmento”, afirmou o sindicalista.