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    Em reunião, evangélicos avaliam que nota de ministro não esclarece áudio

    Segundo fontes que participam dessa reunião, a bancada religiosa ainda não está defendendo a queda do ministro

    Caio Junqueirada CNN

    Parlamentares da Frente Parlamentar Evangélica não se satisfizeram com a nota divulgada pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro. Essas foi a principal avaliação da reunião da bancada que se iniciou as 17h no plenário 6 da Câmara dos Deputados e acabou por volta das 19h desta terça-feira, segundo dois parlamentares que participam da reunião.

    A leitura é de que a nota divulgada pelo ministro não foi suficiente para explicar o áudio divulgado pelo jornal “Folha de S.Paulo” atribuído ao ministro no qual ele diz que o governo federal prioriza prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados por dois pastores evangélicos. Na nota, ele diz que não favoreceu pastores na distribuição de verbas.

    Segundo fontes que participam dessa reunião, a bancada evangélica ainda não está defendendo a queda do ministro, mas essa é uma possibilidade a depender das explicações adicionais que ele vier. Há uma expectativa de que ele possa divulgar uma nova nota nesse sentido. No encontro, parte dos parlamentares também tem reclamado da dificuldade de acesso ao ministro.

    A posição oficial da bancada evangélica deverá ser dada em uma entrevista coletiva nesta quarta-feira pela manhã, conforme informou a CNN o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, deputado Sóstenes Cavalcante.

    A crise em grande parte é alimentada pelo fato de o comando da bancada ter sido preterida na escolha de Milton Ribeiro. Na época, o preferido dos parlamentares era Anderson Correia, atual reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Milton, porém acabou sendo referendado pelo então ministro da Justiça André Mendonça, que depois foi indicado para o Supremo Tribunal Federal.

    As alas do governo entraram em peso na crise envolvendo o ministro. Lideranças do Centrão têm defendido sua substituição. Um nome sugerido é o de Marcelo Lopes, presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, o FNDE. Lopes é ligado ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, de quem já foi chefe de gabinete.

    Por outro lado, a ala ideológica entrou firme na defesa de Milton Ribeiro. Parlamentares como Eduardo Bolsonaro, Bia Kicis, presidente da CCJ da Câmara, e o ex-líder do governo, Major Vitor Hugo, têm defendido sua permanência. Essa ala vem perdendo força desde o início do governo e hoje é minoritária no jogo de forças interno, dominado principalmente pela ala política e pelos militares.

    Nesse sentido, os movimentos capitaneados pelos evangélicos podem ser determinantes, assim como a forma como o presidente da Câmara, Arthur Lira, um dos líderes do Centrão, irá lidar com a pressão da oposição para que Milton Ribeiro seja convocado.

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