Em reunião com Lula, Tarcísio defende privatização do Porto de Santos
Processo de desestatização divide opiniões entre governos paulista e federal
Em encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta-feira (11), no Palácio do Planalto, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, defendeu a continuidade do processo de privatização do Porto de Santos.
O assunto, no entanto, é criticado por integrantes do governo petista. O próprio Lula, ainda durante a campanha, fez críticas às privatizações.
A CNN apurou que na primeira audiência em particular do governador com o presidente da República, o ex-ministro de Bolsonaro levou uma série de demandas do Estado, o que inclui o processo de concessão do terminal.
O argumento principal de São Paulo é que o projeto poderia atrair cerca de R$20 bilhões em investimentos privados.
Considerado o maior da América Latina, o Complexo Portuário fazia parte da lista de prioridades do ex-presidente Jair Bolsonaro e do próprio Tarcísio, quando ministro de Infraestrutura.
Além da gestão da administração pela iniciativa privada, o projeto inclui ainda a construção de uma passagem seca entre as cidades de Santos e Guarujá.
O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), já descartou a privatização, em entrevista após tomar posse no alto escalão do governo.
Além do Porto de Santos, o governador de São Paulo defende ainda conceder à iniciativa privada a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo, a Ceagesp. A demanda também foi apresentada a Lula.
Abertura de diálogo
O encontro, articulado pelo Ministro de Relações Intitucionais, Alexandre Padilha, faz parte de uma tentativa de aproximação do Executivo com gestores estaduais aliados a Bolsonaro.
Na terça-feira (10), Lula recebeu em seu gabinete o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, também eleito na onda bolsonarista.
No início da semana, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello foi convencido a participar do ato pela democracia e caminhar ao lado dos chefes dos Poderes contra o atos criminosos registrados em Brasília.
Melo teve destaque na defesa do governo Bolsonaro durante a CPI da Pandemia e saiu vitorioso no estado onde o ex-presidente conquistou mais de 65% dos eleitores.
A expectativa é de que os governantes participem de mais um encontro com Lula no dia 27 de janeiro, também no Palácio do Planalto.
