Em Nova York, Lira não acompanha Bolsonaro e coordena campanha eleitoral a distância
A previsão inicial era de que o presidente da Câmara estivesse ao lado da comitiva brasileira em encontro com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas
Em viagem a Nova York, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não acompanhou o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), em agendas institucionais e acabou coordenando a própria campanha eleitoral à reeleição a distância, apurou a reportagem com interlocutores do parlamentar.
Em princípio, a previsão era que Lira acompanhasse a comitiva brasileira em encontro com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antônio Guterres, e na abertura da Assembleia-Geral da ONU, na segunda (20).
Lira, porém, acabou não cumprindo agenda alguma em Nova York. Segundo apurou a CNN, ao invés disso, ele ajudou a coordenar a própria campanha eleitoral à distância. O presidente da Câmara teria ficado ainda irritado com o fato de ter sido obrigado a sair do país em um momento que, segundo interlocutores, considera crucial para conseguir se reeleger a mais quatro anos na Casa.
Nas redes sociais, sua equipe também ignorou a viagem aos Estados Unidos. Não houve menções à ida a Nova York nem eventual encontro com Bolsonaro no exterior. Lira também não aparece em fotos de agendas de Bolsonaro na cidade americana divulgadas pelo Palácio do Planalto.
Questionada se Lira participou realmente de alguma agenda ao longo da permanência em Nova York, a assessoria do parlamentar não se manifestou.
Na linha sucessória da Presidência da República, Lira viajou a Nova York no sábado (17) para não ter que substituir Bolsonaro enquanto este estava na Inglaterra por ocasião do funeral da Rainha Elizabeth II e nos Estados Unidos por ocasião da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Há uma restrição à candidatura de parlamentares se tiverem substituído o titular do Poder Executivo nos seis meses anteriores ao pleito. Se ele ficasse no Brasil como presidente em exercício, ficaria impedido de concorrer à reeleição para a Câmara dos Deputados.
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), também saiu do Brasil – foi para o Peru – para não ficar impedido de concorrer ao Senado neste pleito de 2 de outubro.
Coube ao presidente do Congresso Nacional e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), assumir o cargo enquanto todos estavam fora. Seu mandato como senador vai até 2027 e ele não é candidato nestas eleições.
Debate
As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.
O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.
