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    Em mensagem à tropa, comandante do Exército diz que em 2024 soldado seguirá preocupado com “coisas de soldado”

    Tomás Paiva assumiu o Comando do Exército 13 dias após os ataques criminosos de 8 de janeiro, com a missão de afastar a política dos quartéis

    O comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva
    O comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva Agência Estado

    Jussara Soares

    O comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, divulgou nesta sexta-feira (15) a tradicional mensagem de fim de ano às tropas, afirmando que “cada soldado, preocupado com as coisas de soldado”, vai continuar desempenhando seu dever para que a Força siga cumprindo “a missão constitucional de defender a pátria.”

    Tomás Paiva assumiu o Comando do Exército 13 dias após os ataques criminosos de 8 de janeiro, com a missão de afastar a política dos quartéis.

    No vídeo, de pouco mais de sete minutos, o general elenca as ações da Força ao longo do ano e diz que sua missão diária tem sido manter o “Exército motivado e apto a cumprir missões”. Ele afirma ainda que o Exército seguirá “firme e coeso”.

    “Manter o Exército motivado e apto a cumprir missões tem sido minha tarefa diária. Por tudo isso, posso afirmar que 2024 o Exército Brasileiro permanecerá firme e coeso. Cada soldado, preocupado com as coisas de soldados, vai continuar desempenhando o seu dever para que possamos cumprir nossa missão constitucional de defender a pátria”, disse o comandante.

    Tomás Paiva ascendeu ao topo da carreira em substituição ao general Júlio César Arruda, demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    Arruda, que havia sido nomeado comandante no dia 30 de dezembro, foi dispensado por não estar alinhado com o governo e ter se tornado alvo das desconfianças do Palácio do Planalto após os ataques.

    Tomás Paiva, então comandante militar do Sudeste, era o favorito do Planalto para ficar no comando do Exército e tentar reconstruir a relação ente a Força e o governo Lula. Dias antes de chegar ao comando do Exército, o general fez um discurso em defesa da democracia à tropa em São Paulo.

    “Nós vamos continuar íntegros, respeitosos, coesos e garantindo a nossa democracia. Porque democracia pressupõe liberdade, garantias individuais, políticas públicas e também é o regime do povo, alternância de poder. Alternância de poder. É o voto. E, quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna”, afirmou o general na ocasião.

    Outro motivo que levou à demissão foi o fato de que Arruda resistia em anular a designação do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, para comandar o 1º Batalhão de Ações e Comandos, unidade de Operações Especiais em Goiânia.

    Três dias após chegar ao comando do Exército, Tomás Paiva barrou a posse de Cid, prevista para fevereiro. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro acabou sendo preso em maio, acusado de fraudar cartões de vacina contra a Covid.

    Mauro Cid passou 116 dias detido. Foi solto no dia 9 de setembro, após assinar acordo de colaboração premiada. Em sua delação, o ex-ajudante de ordens teria implicado Bolsonaro no caso das joias, da fraude dos cartões e dado informações sobre a suposta trama de um golpe de Estado.