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    Em meio a tensão, Congresso vê jogo de Lula em veto a emendas

    Expectativa é de que o Planalto tente reverter corte nas emendas de comissão para destravar votações estratégicas

    Clarissa Oliveirada CNN , São Paulo

    Líderes no Congresso enxergam no veto bilionário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) às chamadas emendas de comissão uma jogada para aumentar seu poder de negociação diante do aumento das tensões com o Legislativo.

    A avaliação feita nos bastidores por líderes ouvidos pela CNN é a de que Lula deverá usar os recursos como colchão para articular outras medidas que o governo considera essenciais neste momento.

    O presidente sancionou ontem o Orçamento de 2024, mas impôs vetos que incluem um corte de R$ 5,6 bilhões às chamadas emendas de comissão.

    O governo justificou a redução em relação ao valor de R$ 16,6 bilhões aprovado pelo Congresso pela diferença entre a inflação real e a inflação estimada no fechamento de 2023.

    Uma frente crucial à qual o governo deve dar prioridade é a tramitação da medida provisória que reonera a folha de pagamentos.

    O governo custa a amarrar um acordo com as cúpulas da Câmara e do Senado, após os parlamentares terem derrubado o veto presidencial à desoneração da folha para 17 setores da economia.

    Mesmo após várias investidas, o Planalto só deve ter um desfecho sobre a MP da reoneração após a volta dos trabalhos no Congresso, em fevereiro.

    Não à toa, articuladores de Lula têm sinalizado aos parlamentares que o governo pode buscar reverter o corte nas emendas de comissão também na volta do recesso.

    Mas há também outras medidas menos expressivas que podem entrar na mesa de negociação. Um exemplo mencionado nos corredores do Congresso é o veto de Lula ao cronograma para pagamento de emendas parlamentares aprovado pelos congressistas na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

    Apesar das críticas externadas por congressistas, na prática líderes ouvidos pela CNN se mostraram muito satisfeitos com a sanção do Orçamento.

    Primeiro, porque Lula manteve o fundão eleitoral recorde com valor de R$ 4 bilhões.

    O valor reservado às emendas parlamentares, mesmo após o corte, marca um aumento expressivo em relação a 2023.

    Há também parlamentares que afirmam que o corte anunciado por Lula já correspondia a uma espécie de “gordura” para a articulação política.

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