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    Em meio a negociação por ministérios, Alckmin atua para sustentar Márcio França

    O cargo de França, à frente do Ministério de Portos e Aeroportos, é cobiçado por políticos do Centrão

    Daniel Rittnerda CNN , em Brasília

    Em meio a negociações políticas para a entrada de representantes do PP e do Republicanos no primeiro escalão do governo, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) entrou em campo para sustentar a permanência de Márcio França – que é seu colega de partido – no Ministério de Portos e Aeroportos.

    Alckmin tem atuado, em conversas com o entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em defesa da manutenção de França na pasta. O cargo é cobiçado por políticos do Centrão.

    Em um dos desenhos cogitados pelo Palácio do Planalto para essa minirreforma, o próprio Alckmin deixaria o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e cederia essa vaga para França.

    No entanto, França prefere continuar com Portos e Aeroportos. Ele ganhou o endosso de Alckmin para isso.

    França tem dois trunfos para as próximas semanas. Um é o programa “Voa Brasil”, que oferecerá passagens aéreas a R$ 200, previsto para agosto.

    Outro é o túnel Santos-Guarujá, no litoral de São Paulo, berço político do ministro. O projeto, orçado preliminarmente em pelo menos R$ 4,5 bilhões, deve entrar no “novo PAC” – o plano de investimentos em infraestrutura que está sendo costurado pelo Planalto.

    A ideia do governo Jair Bolsonaro (PL) – e depois abraçada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) – era fazer a obra do túnel como uma contrapartida da empresa vencedora da privatização do Porto de Santos.

    Veja ministros do governo Lula

    O governo Lula desistiu da privatização, mas está fechando um novo desenho para viabilizar a obra. A ideia é usar parte do caixa bilionário da Autoridade Portuária de Santos (APS), estatal vinculada ao ministério de França, e complementar os recursos necessários com o Orçamento Geral da União (OGU). Uma parceria público-privada (PPP) não está descartada.

    Ao contrário de pastas como Saúde e Desenvolvimento Social, o Ministério de Portos e Aeroportos não tem fartura de emendas parlamentares para executar e nem tanta capilaridade.

    No entanto, o ministério é peça-chave nas indicações para cargos em diretorias-executivas e conselhos das companhias docas, bem como na Infraero e em aeroportos concedidos onde a estatal tem participação acionária de 49% (Guarulhos, Brasília, Viracopos, Galeão e Confins).

    Apesar da desconfiança inicial do mercado, França ganhou pontos ao nomear técnicos reconhecidos na área de infraestrutura para os principais postos da pasta. É o caso de Roberto Gusmão (secretário-executivo), Fabrizio Pierdomenico (Portos) e Juliano Noman (Aviação Civil).

    França foi vice-governador de São Paulo e assumiu o Palácio dos Bandeirantes, em 2018, quando Alckmin deixou o cargo para disputar as eleições presidenciais.

    Depois, ele foi um dos responsáveis pela aproximação do ex-tucano com Lula, que resultou na dobradinha vencedora das eleições em 2022.

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