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    Em live, Bolsonaro ignora crise sobre Moro e justifica adiamento de auxílio

    Presidente está sendo cobrado nas redes sociais por apoiadores que se queixam da demora na liberação das parcelas de R$ 600 de benefício a informais

    Guilherme Venaglia , Da CNN, em São Paulo

    Em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira (23), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se debruçou sobre apenas um dos dois temas mais citados pelos seus apoiadores nos comentários da sua rede social: o auxílio emergencial. O presidente não mencionou a crise envolvendo o ministro da Justiça, Sergio Moro, com quem está divergindo sobre o comando da Polícia Federal

    Em suas últimas publicações nas redes, o presidente está sendo cobrado por apoiadores, que relatam terem sido reprovados para receber o benefício, ainda estarem em análise ou se queixando de que o governo voltou atrás e desistiu de antecipar a segunda parcela dos R$ 600. Os pagamentos estavam previstos para começar a partir desta quinta.

    O governo não deu data, mas Bolsonaro e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmaram na live que os informais receberão a segunda parcela no prazo máximo de 30 dias após o primeiro pagamento. 

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    A justificativa “aos milhões que estão reclamando”, segundo Bolsonaro, é a procura “muito além” do que a projetada pelo benefício. Segundo Guimarães, o governo estimava entre 20 e 25 milhões de cadastros. Este número chegou aos 45 milhões, o que representa ao menos 80% a mais.

    “Tivemos um número muito maior do que qualquer pessoa esperava”, justificou o presidente da Caixa.

    Mais cedo, Bolsonaro respondeu a uma apoiadora que a antecipação foi anunciada por um ministro “sem estar autorizado”, em referência ao titular da Cidadania, Onyx Lorenzoni (DEM).

    Guimarães repetiu o que foi dito ontem em nota do Ministério da Cidadania: o governo fará a abertura de um orçamento extra para o pagamento dos benefícios. Segundo a pasta, 95% da verba já tinha sido gasta com 12 milhões de cadastros pendentes para análise.

    O presidente defendeu que deve ser feito um “pente-fino” sobre os cadastros, alegando que pessoas que não devem receber se cadastraram. “Muita gente se cadastrou, nem foi de má-fé, foi achando que tinha direito, mas não tinha”, disse.

    Moro

    O presidente não fez nenhum comentário na live sobre a possibilidade de saída do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. O ex-juiz da Lava Jato passou a avaliar deixar o cargo depois que foi informado por Bolsonaro da intenção do presidente de demitir o delegado Maurício Valeixo, diretor-geral da Polícia Federal.

    Valeixo é ex-superintendente da PF no Paraná e aliado próximo do ministro. Bolsonaro estudaria nomes distantes de Sergio Moro, como o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres.

    Isolamento

    O presidente Jair Bolsonaro voltou a enfatizar os impactos econômicos do novo coronavírus e a críticas as medidas de isolamento social. Segundo ele, “grande parte dos políticos passou a se preocupar”, citando o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que reabriu parte do comércio com a obrigação da utilização de máscara.

    O presidente comparou o Brasil a países africanos para sustentar o ponto de que, caso o país se empobreça, a expectativa de vida se aproximará a destes. “A expectativa de vida é maior aqui ou em Zimbábue? Por que? Porque tem a renda menor. Se a nossa renda vai cair, a morte chega mais cedo”, disse.

    Ele criticou os processos contra ele por contrariar a Organização Mundial da Saúde (OMS) e se defendeu, alegando que o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom, não é médico. “O pessoal fala tanto em seguir a OMS, mas o diretor da OMS é médico, não é médico?”, comparando a nomeação do político etíope para o cargo com uma possível nomeação de uma pessoa “de fora da economia” para a presidência da Caixa.

    Segundo currículo no site da OMS, Tedros Adhanom é formado em biologia, com mestrado em imunologia de doenças infecciosas e doutorado em saúde comunitária.

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