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    Eleições 2022

    Em derrota para Doria, PSDB define prévias sem aumentar peso a filiados

    Além de Doria, estão colocados os nomes de Arthur Virgilio, Eduardo Leite e Tasso Jereissati

    Iuri Pittada CNN

     

    Por 20 votos a 11, a Executiva Nacional do PSDB rejeitou nesta terça-feira (15) a proposta feita por aliados do governador de São Paulo, João Doria, que pretendia aumentar o peso dos filiados do partido nas prévias para a definição da candidatura presidencial em 2022. Com isso, os tucanos decidiram manter o modelo apresentado há duas semanas pela comissão indicada pela sigla para estabelecer as regras da votação interna, prevista para o mês de novembro.

    Na semana passada, a cúpula tucana havia aprovado o modelo de prévias em que seriam criados quatro grupos, cada um com igual peso de 25% no cômputo final: 1) filiados, 2) prefeitos e vice-prefeitos; 3) vereadores, deputados estaduais e distritais; e 4) governadores, vice-governadores, ex-presidentes e o atual presidente do partido, além de deputados federais e senadores.

     

    No entanto, o diretório paulista apresentou um destaque que elevaria o peso do grupo de filiados de 25% para 50%, deixando os mandatários em outro grupo com 50%. Em resposta, parlamentares do PSDB mineiro também fizeram uma nova sugestão, mas mantendo o modelo da comissão das prévias e apenas inserindo as executivas estaduais no grupo de prefeitos e vices.

    Com as duas propostas, o partido adiou em uma semana a votação desses destaques, inclusive prevendo a possibilidade de um consenso entre os pré-candidatos – além de Doria, estão colocados os nomes de Arthur Virgilio, ex-prefeito de Manaus; Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul; e Tasso Jereissati, senador pelo Ceará.

    Nesta terça-feira, os aliados de Doria retiraram a proposta do diretório, e o deputado Carlos Sampaio (SP) apresentou uma alternativa, pela qual o grupo de filiados teria o peso aumentado para 35%. Os três demais pré-candidatos do partido defenderam a manutenção do modelo proposto pela comissão, coordenada pelo ex-senador José Aníbal.

    Na votação da nova proposta, os paulistas conseguiram votos de tucanos de outros estados – como a ex-governadora gaúcha Yeda Crusius  –, mas foram derrotados por 20 votos a 11. Em nota à CNN, a tucana disse ter respeito pelo governador e que sua decisão em defesa de uma maior participação dos filiados foi discutida com as presidentes estaduais e a coordenação-executiva do PSDB Mulher, movimento do partido em defesa de bandeiras femininas do qual ela é presidente.

    Aníbal leu uma declaração de apoio ao modelo das prévias encaminhada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que completará 90 anos nesta sexta-feira (18). Aliados de Doria ponderaram que FHC considerava razoável o peso de 35% para o grupo de filiados. Ao final, não foi computado o voto de Fernando Henrique, presidente de honra da legenda.

    O calendário prevê inscrições até 20 de setembro e debates em outubro, com votação em 21 de novembro. Se necessário, as prévias podem ter segundo turno uma semana depois, em 28 de novembro.

    A votação indica que, mesmo tendo reforçado a presença de aliados de forma presencial na reunião do partido, em Brasília, o grupo de Doria enfrenta resistência fora de São Paulo, em especial da parte dos tucanos históricos. Mesmo contando com o diretório mais estruturado e com maior número de filiados ativos, o governador paulista precisará construir alianças regionais para viabilizar a candidatura ao Palácio do Planalto pelo PSDB.

    “Prevaleceu um modelo de equilíbrio entre candidatos do país todo. Teremos prévias justas e equilibradas”, disse o deputado gaúcho Lucas Redecker, integrante da comissão e aliado de Eduardo Leite. “Buscamos a todo momento a maior participação dos filiados no processo. Com as regras colocadas, vamos construir a busca pela unidade e uma candidatura forte do PSDB”, afirmou Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento Regional do governo Doria e também membro da comissão das prévias.

    Para o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, a realização de prévias é “uma grande demonstração de democracia interna” e “um dos momentos mais intensos da história do PSDB”.

    O governador de São Paulo, João Doria
    O governador de São Paulo, João Doria. falou à CNN sobre a paralisação da produção de Coronavac por falta de IFA
    Foto: CNN Brasil (17.mai.2021)