Em carta, Cúpula Social do Mercosul faz crítica a acordo comercial com a União Europeia
Concretização colocaria soberania de países-membros "em risco", dizem membros; resultados do encontro, realizado no Rio, serão apresentados aos lideres do bloco na próxima quinta-feira (7)
Os membros da Cúpula Social do Mercosul, que terminou nesta terça-feira (5) no Rio de Janeiro, elaboram um documento em defesa dos direitos humanos e com críticas ao acordo comercial que está sendo negociado entre o bloco sul-americano e a União Europeia.
Na carta que foi lida ao fim do evento, os representantes da sociedade civil defenderam que o atual estado da proposta não contempla nem os desejos, nem as demandas, nem as necessidades das populações dos países-membros do bloco.
O documento cita, ainda, a falta de participação social na construção de acordos deste escopo e a necessidade de se promover um grande debate no Cone Sul com ampla participação da sociedade.
“Essa cúpula se apresentou como um momento em que as organizações da sociedade civil expressaram e exigiram nossa demanda histórica de deter o acordo União Europeia/Mercosul, cuja concretização significaria o aprofundamento do modelo capitalista, extrativista, colonialista, patriarcal e racista, fortalecendo as elites mais retrógradas e violentas da nossa região. Colocando em risco a soberania dos nossos povos e territórios”, cita a carta.
Os resultados da Cúpula Social serão apresentados aos líderes dos países do Mercosul na próxima quinta-feira (7), no Rio, onde os chefes do bloco se reúnem.
Dentre as sugestões também estão políticas eficazes de combate à fome e à pobreza, com a participação popular.
Segundo a carta, o Mercosul deve apoiar a agricultura familiar e a reforma agrária, fortalecer a agroecologia – com atenção especial para as mulheres e a juventude -, a alimentação da população e a geração de renda.