Em áudio, Cid disse que “tempo está curto” e golpe “teria que ser antes do dia 12”; ouça
Áudios obtidos pela CNN mostram então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro conversando com general Mario Fernandes para “consumação”, aponta PF
Em áudio obtido pela investigação da Polícia Federal (PF) sobre a trama golpista, o tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), sinalizou que uma “consumação” do suposto golpe de Estado teria que ser “antes do dia 12”, se referindo à data da diplomação da chapa Lula-Alckmin no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Pode deixar, general. Vou conversar com o presidente. Mas ele tem essa personalidade às vezes né. Ele espera, espera, pra ver até onde vai. E o tempo está curto né, não dá para esperar muito mais passar. Teria que ser antes do dia 12”, disse o militar ao general Mario Fernandes, que foi preso e indiciado na semana passada pela PF.
Os 52 áudios da investigação foram obtidos pela CNN.
A pergunta do general para ter resposta de Cid foi a seguinte:
“E Cid, o segundo ponto é o seguinte, eu estou tentando agir diretamente junto às forças, mas, pô, se tu pudesse pedir para o presidente ou para o gabinete do presidente atuar. Pô, a gente tem procurado orientar tanto o pessoal do agro como os caminhoneiros que estão lá em frente ao QG. E hoje chegou para a gente que parece que existe um mandado de busca e apreensão do TSE, não, do Supremo, em relação aos caminhões que estão lá”, declarou.
Segundo a PF, no início de dezembro de 2022, Mario Fernandes passou a externalizar “explicitamente suas intenções antidemocráticas”, inclusive mandando mensagens de áudio para Mauro Cid.
A PF diz que as mensagens e a “pressão” seriam “para a consumação do Golpe”.
A reportagem busca a defesa dos dois citados. Na semana passada, os dois foram indiciados pela PF por tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa.
Ouça o áudio completo de Mauro Cid:
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