Eleitorado religioso é representativo e pode ser decisivo, diz professor
Segundo o cientista político André Régis, 90% da população brasileira segue alguma religião, o que demonstra a importância da pauta em um segundo turno acirrado
O cientista político e professor da UFPE, André Régis, apontou, em entrevista ao Visão CNN desta quarta-feira (12), que o eleitorado religioso pode ser decisivo no segundo turno, já que 90% da população brasileira segue alguma religião.
“O estado é laico, a constituição garante isso, mas os candidatos dependem do voto. Então percebam que a candidatura de Lula e a candidatura de Bolsonaro estão perseguindo o mesmo público, porque se esse eleitorado tem próprias demandas. Ele é capaz de alterar, inclusive, a agenda dos candidatos, porque é representativo e pode ser decisivo na eleição”, inicia Régis.
“O tamanho do eleitorado evangélico é crescente: 30% da população brasileira já é evangélica; enquanto 50% é católica, 10% declaram não ter religião e o restante é dividido entre as demais religiões”, cita o especialista.
Régis, no entanto, aponta para um fato: embora os católicos sejam a maioria, público evangélico se mostra mais engajados politicamente. Ou seja, o candidato que conquistá-lo tem mais chance de ganhar votos.
“Recentemente, as eleições para as câmaras municipais, assembleias legislativas e para o Congresso Nacional têm demonstrado que os evangélicos são mais engajados politicamente. Eles abraçam candidaturas, elegem seus candidatos, que formam as chamadas bancadas evangélicas no parlamento”, incia o cientista político.
“Em um momento onde há uma dificuldade muito grande de convencer o eleitor a ir votar, quem tem a predominância do eleitorado evangélico, tem uma maior predisposição a fazê-lo votar no dia da eleição em seu favor, embora a maior parte da população se considere católica”, acrescenta o professor ao citar o presidente Jair Bolsonaro (PL) como exemplo de candidato que tem conquistado esse público.
*Sob supervisão Thiago Felix