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    Eleições 2022

    Eleições têm 421 vereadores em busca de uma cadeira no Congresso

    Vereador é a quarta ocupação mais comum entre candidatos; cargos de deputado federal e de senador em Brasília são vistos como “ápice da carreira” política

    Grandes votações em metrópoles podem impulsionar desempenho nas disputas para deputado federal e senador
    Grandes votações em metrópoles podem impulsionar desempenho nas disputas para deputado federal e senador Pablo Valadares/Estadão Conteúdos

    Leonardo Rodriguesda CNN

    em São Paulo

    As eleições de outubro não envolvem cargos nas Câmaras Municipais, mas podem servir de trampolim para que os políticos locais possam exercer funções em outras esferas. O número de vereadores que concorrem nas eleições deste ano é de 1.106.

    Desse total, 421 estão de olho nas vagas do Congresso Nacional, em Brasília. A maioria deles (396, ou 94%) tenta uma vaga de deputado federal. Vinte e cinco disputam o Senado (oito como candidatos a senador, seis a primeiro suplente e 11 a segundo suplente).

    O cientista político e pesquisador Fernando Meireles, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), avalia como atrativas as condições políticas das atividades na Câmara dos Deputados e no Senado. “Você está em Brasília, no centro da política nacional, com boa estrutura de recursos e gabinete”, diz.

    O senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirma à CNN que “ninguém no mundo recusaria essa troca”. Ele foi vereador em Manaus e trilhou o caminho rumo a Brasília, em 2018, no meio do mandato.

    Entre as ocupações mais declaradas por candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2022, vereador é a quarta.

    Caso todos conseguissem se eleger neste ano, quase 2% das Câmaras Municipais seriam renovados com dois anos de antecedência ― as eleições municipais estão marcadas para 2024.

    A maioria dos vereadores candidatos (681, ou 61%) busca uma vaga de deputado estadual. Apenas quatro são candidatos a vice-governador.

    O peso das grandes cidades

    Em capitais, o número de vereadores que tentarão um novo cargo em 2022 é significativo. Em São Paulo, por exemplo, quase um terço da Câmara Municipal concorre nestas eleições.

    Dos 55 vereadores da cidade, 16 são candidatos (12 como deputado federal e quatro como estadual). Se todos se elegessem, a Câmara teria uma renovação de quase 30%.

    Em todo o país, são 119 vereadores de capitais que se candidataram a deputado federal.

    O pesquisador Fernando Meireles destaca que uma votação de vereador em uma cidade do tamanho de São Paulo ajuda a largar em uma “posição competitiva” pela vaga na Câmara dos Deputados.

    Em 2020, os cinco vereadores mais votados para a Câmara paulistana tiveram entre 67 mil e 167 mil votos, números que dariam boas chances de vitória nas eleições para deputado federal no estado em 2018, a depender do partido.

    Delegado Palumbo (MDB), Felipe Becari (União Brasil) e Fernando Holiday (Novo), que integram a lista dos vereadores mais votados em São Paulo em 2020, são candidatos a deputado federal em 2022.

    Nas Câmaras Municipais do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte, mais de 20% dos vereadores também tentam outros cargos neste ano.

    Além de 11 postulantes a deputado federal, a Câmara da capital mineira tem uma candidatura ao Senado.

    Proporcionalmente, Maceió é a capital em que mais parlamentares buscam a Câmara dos Deputados: sete de seus 25 ocupantes. Por outro lado, nenhum dos 15 vereadores de Vitória lançou candidatura ao cargo.

    Motivações políticas

    Para muitos políticos, ir para Brasília é o “ápice da carreira”, como afirma o senador Plínio Valério, sobre a decisão de se candidatar em 2018. “Eu havia cumprido minha missão como vereador e o momento era viável para me eleger senador. Houve uma escolha consciente”, disse.

    O senador critica, no entanto, vereadores que lançam candidaturas com finalidades viabilizadas pela “segurança” do mandato. Ao contrário dos prefeitos, eles não precisam renunciar para se candidatar. E, caso não se elejam, retornam ao posto.

    “Como não há risco de perder o cargo [de vereador], muitos lançam candidaturas para oxigenar seus nomes. Isso é ruim”, afirma.

    Com base na própria experiência, afirma que os representantes que optam pela troca estão sujeitos a críticas. “Caso deixasse o Senado agora para me candidatar ao governo do estado, seria merecedor de críticas. Ao deixar o cargo de vereador para concorrer a senador, não. Havia um objetivo”, diz.

    Meireles analisa que, no pior cenário, caso não consigam se eleger, os vereadores candidatos fazem novos contatos com eleitores e lideranças políticas, ficam mais conhecidos e retornam ao cargo, o que mesmo assim é positivo para eles.

    Para o cientista político, as eleições alternadas favorecem a movimentação. Como ocorrem pleitos (geral ou municipal) a cada dois anos, concorrer em ambos é permitido. Ele ressalta que, durante as eleições municipais, ocorre um “fenômeno inverso”. “Muitos congressistas se licenciam de seus cargos para disputar vagas nas prefeituras”, afirma.

    Depois de quatro anos no Senado, Plínio Valério diz considerar que sua função tem “muito em comum” com a vereança. “Guardadas as devidas proporções, [o Senado] é uma Câmara [Municipal] ampliada. Há mais poder e responsabilidade, mas a negociação e os processos são os mesmos”, conta.

    Vereadores, deputados estaduais, federais e distritais e senadores formam o Poder Legislativo, a quem compete propor e avaliar projetos de lei e fiscalizar os atos do Executivo.

    Debate

    As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.

    O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.

    Fotos — Os senadores e as senadoras em fim de mandato