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    Eleições 2022

    Eleição no domingo põe à prova hegemonias do PSB, PSDB e PT nos estados

    São Paulo, Bahia, Pernambuco e Paraíba são governados pelo mesmo partido há pelo menos doze anos mas sucessão não é garantida

    Urna eletrônica
    Urna eletrônica Fernando Frazão/Agência Brasil

    Pedro Duranda CNN

    no Rio de Janeiro

    O estado de São Paulo vive desde as eleições de 1994 uma sequência de governos do PSDB que já soma 28 anos. Não é à toa que o estado recebe, por parte de políticos locais e opositores, o apelido de ‘tucanistão’. A sequência só foi temporariamente ‘suspensa’ em dois momentos, quando os vices assumiram pra que os titulares se candidatassem à reeleição ou a outros cargos.

    Foi assim quando Cláudio Lembo, então do PFL assumiu o lugar de Geraldo Alckmin em 2006 e quando Márcio França (PSB) assumiu a cadeira, também deixada por Alckmin, em 2018. Eles ficaram apenas nove meses cada.

    O atual governador, Rodrigo Garcia, era vice de João Doria e deixou o Democratas em 14 de maio de 2021 por uma imposição do PSDB. Ele só poderia ser candidato à cadeira que ocupava com o apoio do partido, se mantivesse o legado tucano. Assim fez.

    Doria tentou se cacifar para disputar a Presidência da República mas acabou sabotado dentro do próprio partido, viu seu apoio esvaziar e desistiu da corrida.

    Garcia aparece em terceiro lugar nas pesquisas até esta sexta-feira (30), mas tem desenvolvido uma curva de crescimento.

    A dúvida dos tucanos é se esse movimento pode impulsioná-lo ao segundo turno ou se o desempenho insatisfatório nas pesquisas pode acabar colocando à prova a pecha de ‘tucanistão’ ao maior estado do país.

    Quarto maior colégio eleitoral do país a Bahia tem assistido a um crescimento vertiginoso do sucessor escolhido pelo PT nas pesquisas. A pesquisa AtlasIntel de terça-feira (27) dá a Jerônimo Rodrigues (PT) 46,5% dos votos contra 39,6% para ACM Neto (União Brasil). Em julho, Jerônimo tinha 33% e ACM 40%. Mais antiga, a pesquisa Ipec divulgada em 23/9 dava 47% para ACM e 32% para Jerônimo, mas tanto o Ipec quanto o Datafolha apontam tendência de queda de ACM e alta de Jerônimo.

    O PT governa a Bahia desde 2007, há 16 anos. Foram dois mandatos de Jaques Wagner e outros dois de Rui Costa. Jerônimo Rodrigues foi secretário de Educação na gestão de Rui e o escolhido pelo governador para a disputa estadual, depois de Wagner se recusar a voltar ao cargo.

    O avô do opositor dele, Antônio Carlos Magalhães, governou o estado da Bahia por três mandatos, dois deles durante a ditadura militar. Quando Wagner assumiu o Palácio de Ondina em 2007, rompeu uma dinastia do antigo PFL, que também ficou 16 anos no poder.

    O PFL virou o Democratas, que se fundiu com o PSL, criando o União Brasil. Ex-prefeito de Salvador, ACM Neto é o Secretário-geral do partido.

    Terra de Miguel Arraes, o Pernambuco vive o domínio do PSB desde 2007, quando o neto dele assumiu o governo. Eduardo Campos governou o estado até abril de 2014, quando o vice, João Lyra Neto (PDT) assumiu.

    Campos tentava ser presidente, mas acabou morrendo em um acidente de avião durante a campanha. Paulo Câmara (PSB) não teve nenhuma dificuldade pra continuar no comando do estado, foi eleito em 2014 e reeleito em 2018, nas duas vezes no primeiro turno.

    Embora seja do mesmo campo político, o Solidariedade é o partido da candidata mais bem colocada no estado. Marília Arraes, neta de Miguel e prima de Eduardo Campos, aparece com 35% na última pesquisa Ipespe e 34% na última pesquisa Ipec.

    O segundo pelotão tem embolados Raquel Lyra (PSDB), Miguel Coelho (União Brasil), Anderson Ferreira (PL) e Danilo Cabral (PSB). A vantagem de Marília é de cerca de 20 pontos.

    O deputado federal Danilo Cabral foi o escolhido pela aliança histórica entre PT e PSB pra comandar o Palácio do Campo das Princesas. O candidato se apresenta ao lado de Lula para tentar frear o avanço de Marília e se destacar no meio dos outros pra conseguir ir ao segundo turno.

    Marília era do PT antes de se filiar ao Solidariedade, mas a relação dela com o partido foi esgarçada em 2018 quando ela teve a candidatura ao governo sepultada internamente para que o PT apoiasse Câmara visando um acordo em nível nacional.

    Na Paraíba, décimo terceiro maior colégio eleitoral, o PSB também conseguiu impor uma presença longeva. Com Ricardo Coutinho, o partido assumiu o Palácio da Redenção em 2011. Foram dois mandatos dele, que entregou o comando do estado ao atual governador João Azevêdo, que tenta a reeleição.

    Azevêdo lidera a corrida com folga. Ele tem 35% das intenções de votos segundo a última pesquisa Ipec, de 22/9. São 15 pontos de vantagem sobre o principal adversário, Pedro Cunha Lima (PSDB). Se Azevêdo ganhar, deve levar o estado a alcançar 16 anos de governos do PSB.