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    Economia e saúde não são antagônicas, disse Nelson Teich, cotado para Saúde

    Teich se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira

    Caio Junqueira e Rudá Moreira Da CNN, em Brasília

     

    Oncologista Nelson Teich.
    Entre os cotados para o próximo Ministro da Saúde, está o oncologista Nelson Teich.
    Foto: Reprodução/Youtube

    O oncologista Nelson Teich, que se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta quinta-feira (16), disse na semana passada que faltava uma liderança clara ano país no combate ao coronavírus.

    Teich foi o primeiro ministeriável a se encontrar com o presidente. Participaram da reunião os ministros
    Luiz Ramos, da Secretaria de Governo, Jorge Oliveira, da Secretaria Geral, e o general Braga Netto, da Casa Civil, além do secretário especial de assuntos estratégicos da Presidência, almirante Flavio Rocha, e do secretário de Comunicação Social, Fábio Wajngarten.

    Ele foi questionado como o tensionamento político entre Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, prejudicava o combate ao Covid-19. Eis a resposta:

    “Acho que tem duas coisas que são muito ruins em relação a isso. Primeiro, é você não ter uma liderança (no) país, que você perceba uma tranquilidade, que você perceba um equilíbrio. E aí não estou falando especificamente do Mandetta ou do presidente. Estou falando da situação. Porque numa situação como essa, que trabalha com enorme incerteza, modelos matemáticos, análises, tudo é extremamente incerto. Então na prática não adianta você querer contar com isso para adivinhar o que vai acontecer. Você não sabe. Isso é gestão em tempos de crise, mas aqui [na pandemia] a gente tem gestão em tempos de extrema crise. E a gestão em tempos de extrema crise você colhe dados todos os dias tenta enxergar todo dia o que aconteceu até ontem para tomar sua decisão de hoje. E para fazer isso com o mínimo de equilíbrio, você tem que ter tranquilidade e uma cooperação muito grande”.

    Na sequência, ele defende um posicionamento político de Bolsonaro de que o combate ä crise deve alinhar preocupações com saúde e economia. “A saúde e a economia não são antagônicas. Foi criada uma situação como se você investisse na saúde não estivesse focando na economia e vice versa, quando na verdade os dois são equivalentes. E a gente nem está lidando com a parte social, que é fundamental. Então na prática você tem que ver todo dia o que corre na saúde, na economia e no social.”

    Ele também disse que umas das principais medidas é organizar a informação disponível no combate ao vírus. “Todo mundo sai chutando número, criando mais incerteza e medo. Em épocas de guerra você desenvolve armas nucleares. Hoje a nossa arma é informação de qualidade, fora a parte tecnológica e a formação de pessoas. Esse conflito onde se coloca um contra o outro, quando deveria estar abraçados, é ruim. Não só pela mensagem que é mandada para a sociedade, mas porque não tem cooperação máxima.”

    O encontro com Bolsonaro está previsto para hoje. Ele chegou a ser consultado para ser ministro após Bolsonaro ganhar as eleições em 2018, mas o lobby do DEM por Mandetta (em especial de Ronaldo Caiado e Onyx Lorenzoni) falaram mais alto. Hoje, Teich tem o apoio do Secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, e de boa parte da comunidade médica. 

    Deve acompanhá-lo o presidente da Associação Médica Brasileira, Lincoln Lopes Ferreira, outro cotado na bolsa de apostas. O nome de Ferreira também era aventado após a vitória de Bolsonaro. Ele sempre foi um grande crítico do programa Mais Médicos da ex-presidente Dilma Rousseff.

    A lista de cotados segue grande. Além desses, são mencionados:

    1) Otavio Berwanger, diretor da organização de pesquisa acadêmica do hospital Albert Eisntein;
    2) Ludmilla Hajjar, médica do Incor de São Paulo;
    3) Maria Inez Pordeus Gadelha, oncologista, médica do Ministério da Saúde
    4) Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia;
    5) Paolo Zanotto, biólogo da USP;
    6) Luciano Azevedo, médico do hospital Sírio-Libanês.

    Osmar Terra, Claudio Lottenberg e Roberto Kalil caíram na bolsa de apostas. Terra se desgastou com o episódio revelado pela CNN em que aparece tramando a queda de Mandetta. Além, disso, deixou recentemente o Ministério da Cidadania. O questionamento é que, se [Terra] não servia para a Cidadania por que serviria para a Saúde agora?

    Lottenberg tem ligação com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), além de ser filiado ao DEM e cotado para ser candidato a vice de Bruno Covas (também do PSDB) nas eleições municipais deste ano. Kalil é visto como muito próximo ao ex-presidente Lula. O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, está descartado pelo governo também por sua ligação com o atual ministro, Luiz Henrique Mandetta.