Doria indica que não recuará de candidatura até junho e traça plano contra rejeição
Aposta é que, ao deixar o governo de São Paulo, no fim de março, tucano poderá se dedicar à pré-campanha e melhorar seus números


João Doria chega em seus últimos dias como governador de São Paulo com a dura missão de defender sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto, alvo de desdém de rivais e de ceticismo por parte de seus correligionários. Mas o tucano não pensa em desistir. Ao menos, não agora.
Doria tem dito a pessoas próximas que, antes de junho, não tomará a decisão de abrir mão da candidatura. O diagnóstico do governador, compartilhado por seus auxiliares, é que, antes disso, o eleitor não está interessado na eleição e desistir tão antes do prazo das convenções não faz sentido politicamente.
Além disso, a aposta do grupo de Doria é que, ao deixar o comando de São Paulo, no final de março, ele poderá se dedicar à pré-campanha e melhorar seus números. Serão, portanto, três meses de pré-campanha na rua.
Se não houver guinada até junho, Doria tem repetido a aliados que irá trabalhar para eleger o candidato mais bem posicionado na terceira via. O governador vem dizendo que sua candidatura não é por ele nem pelo PSDB, mas pelo país e, portanto, o recuo pode acontecer lá na frente.
- 1 de 11
O presidente Jair Bolsonaro (PL) participa de solenidade no Palácio do Planalto, em Brasília - 20/06/2022 • CLÁUDIO REIS/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
- 2 de 11
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente, governou o país entre 2003 e 2010 e é o candidato do PT • Foto: Ricardo Stuckert
- 3 de 11
O candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) tenta chegar ao Palácio do Planalto pela quarta vez • FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
-
- 4 de 11
Simone Tebet cumpre o primeiro mandato como senadora por Mato Grosso do Sul e é a candidata do MDB à Presidência • Divulgação/Flickr Simone Tebet
- 5 de 11
Felipe d'Avila, candidato do partido Novo, entra pela primeira vez na corrida pela Presidência • ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
- 6 de 11
José Maria Eymael (DC) já concorreu nas eleições presidenciais em 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018, sempre pelo mesmo partido • Marcello Casal Jr/Agência Bras
-
- 7 de 11
Vera Lúcia volta a ser candidata à Presidência da República pelo PSTU. Ela já concorreu em 2018 • Romerito Pontes/Divulgação
- 8 de 11
Leonardo Péricles, do Unidade Popular (UP), se candidata pela primeira vez a presidente • Manuelle Coelho/Divulgação/14.nov.2021
- 9 de 11
Sofia Manzano (PCB) é candidata à Presidência da República nas eleições de 2022 • Pedro Afonso de Paula/Divulgação
-
- 10 de 11
Senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), candidata à Presidência da República - 02/08/2022 • ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
- 11 de 11
Padre Kelmon (PTB) assumiu a candidatura à Presidência após o TSE indeferir o registro de Roberto Jefferson (PTB) • Reprodução Facebook
Doria tem pontuado entre 2% e 3% nas pesquisas de intenção de voto nacionais. Transformar esse quadro vai exigir um trabalho árduo de marketing e ajustes em sua postura, admite o próprio governador nos bastidores. Pesquisas encomendadas por sua campanha mostram um enorme descolamento entre a avaliação do governo Doria e a do candidato Doria. A gestão é bem avaliada pelos paulistas, mas a imagem do candidato tucano patina.
O desafio, portanto, é colar na figura de João Doria os feitos do governo feito por ele. E reduzir a rejeição, hoje uma das maiores entre os postulantes ao Planalto.
Para isso, a equipe do governador traçou um roteiro que envolve levar ao público nacional os feitos do governo de São Paulo e a trajetória de Doria – as dificuldades que a família enfrentou durante sua infância, o exílio do pai, a perda precoce da mãe, os estudos em escola pública. A primeira etapa será, portanto, mostrar ao público quem é João Doria, diz um aliado.
A estratégia deriva da análise feita em pesquisas qualitativas. De acordo com integrantes do time de Doria, o eleitor não sabe muitas vezes explicar por que não gosta do governador. Há uma implicância que, na visão de seus estrategistas, tende a ser mais fácil de ser revertida do que a de candidatos que têm, por exemplo, a corrupção como motor de aversão por parte do eleitor.