Comércio poderá reabrir com restrições em SP a partir de 1º de junho
Cidades da Grande SP, Baixada Santista e Vale do Ribeira seguem com atuais restrições
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou a “retomada consciente” das atividades no estado após uma sequência de renovações da quarentena para prevenir o contágio pelo novo coronavírus. O abrandamento da quarentena começará em 1º de junho, a partir de quando estabelecimentos comerciais poderão reabrir com restrições em boa parte do estado — incluindo a capital. O anúncio foi feito durante a coletiva de imprensa desta quarta-feira (27), no Palácio dos Bandeirantes.
“A partir do dia 1º de junho, por mais 15 dias, manteremos a quarentena, e também retomaremos as atividades econômicas no estado de São Paulo”, afirmou. A quarentena foi decretada no estado em 24 de março e renovada por três vezes até 31 de maio. Segundo Doria, a adoção da medida foi capaz de salvar 65 mil vidas. O governador não descartou voltar atrás em relação às medidas de afrouxamento.
De acordo com o Doria, a reabertura vai acontecer primeiro nas cidades que possuem redução de casos de contaminação pela Covid-19, além de terem leitos disponíveis na rede de saúde pública. Como antecipou a CNN, o estado será dividido por regiões, que serão classificadas por cores: azul, verde, amarelo, laranja e vermelha. Haverá critérios técnicos para que uma região possa evoluir de estágio, permitindo a abertura de novos setores.
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A quarentena permanecerá no atual nível de restrição nos municípios da Grande São Paulo, Baixada Santista, litoral sul e Vale do Ribeira. O estado considerea que estas regiões estão na fase 1 (vermelha), de controle mais restrito, que permite apenas abertura da indústria e construção civil. As medidas para os setores de educação e transporte em cada uma das fases ainda serão definidas.
Já a capital paulista entrará na chamada fase 2 (laranja), que admite a reabertura, com restrições, de atividades imobiliárias, concessionárias de veículos, escritórios e shoppings centers. Segundo o governo, uma região só pode passar para um relaxamento após 14 dias de mudança — o estado, entretanto, pode rever a classificação a qualquer momento, caso verifique piora nos indicadores. Veja abaixo o detalhamento de todas as regiões e fases de reabertura no estado de São Paulo.
Segundo explicou o vice-governador Rodrigo Garcia, a reabertura de cada setor, obedecendo os critérios adotados pelo estado, caberá a cada prefeito, que deve fundamentar a decisão. “Nas zonas vermelhas mantém-se a quarentena atual. As áreas laranjas, delega-se aos prefeitos a decisão de eventual flexibilização – já foi apresentado o que eles podem flexibilizar.
Na zona amarela, também é delegado ao prefeito a decisão de flexibilizar, com mais serviços”, disse. “Os municípios que estiverem nas fases 2, 3 e 4 poderão flexibilizar determinados setores anunciados anteriormente. A flexibilização deve ser decretada pelos prefeitos, observando os planos regionais”, concluiu.
De acordo com o plano de reabertura, a indústria e a construção civil seguem funcionando normalmente nos 645 municípios do estado. A interdição total de espaços públicos, teatros, cinemas e eventos que geram aglomerações – festas, shows, campeonatos etc – permanece por tempo indeterminado. A retomada de aulas presenciais no setor de educação e o retorno da capacidade total das frotas de transportes seguem sem previsão.
Nova equipe
O governador João Doria também anunciou João Gabbardo, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde na gestão de Luiz Henrique Mandetta, como secretário-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo. O estado São Paulo está em quarentena desde 24 de março, há aproximadamente dois meses. Com o novo período, a quarentena chegará a 12 semanas.
Em entrevista coletiva, Gabbardo defendeu as medidas de isolamento adotadas por prefeitos e governadores. “As pessoas que dizem que as medidas que foram tomadas pelos governadores e prefeitos não surtiram efeito no achatamento da curva: isto não é verdade e deve ser contestado com veemência”, disse.
Gabbardo também afirmou que, em 15 de março, 68% dos casos de Covid-19 estavam concentrados no estado de São Paulo. Em 22 de maio, após a adoção da quarentena, São Paulo concentrava 22% de todos os casos registrados no país.
Segundo o boletim da Secretaria Estadual da Saúde (SES-SP) desta quarta-feira (27), há 89.483 casos confirmados de Covid-19 no estado de São Paulo, com 6.712 mortes.