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    Domingos Brazão chora, alega inocência e diz à Câmara que assassinato de Marielle foi “absurdo”

    Irmão de Chiquinho Brazão, também suspeito de ser mandante da morte da vereadora, prestou depoimento ao Conselho de Ética da Câmara

    Rebeca BorgesEmilly Behnkeda CNN , Brasília

    Preso e investigado como suspeito de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), Domingos Brazão disse, nesta terça-feira (16), que espera ser absolvido das acusações.

    O conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) foi ouvido nesta terça-feira (16) no Conselho de Ética da Câmara. Ele prestou depoimento como testemunha de defesa do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) no processo que analisa a cassação do mandato do parlamentar.

    Segundo as investigações, o crime teria sido premeditado por Domingos, por Chiquinho e pelo delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

    “Confio na Justiça de Deus, confio no Supremo, confio na seriedade dos ministros. Confio que nós seremos absolvidos. Vai ficar essa sequela deste sofrimento”, afirmou Domingos, que chegou a chorar durante a oitiva.

    Durante o depoimento, o conselheiro se emocionou e disse que perdeu cerca de 20 quilos desde março, quando foi preso. Ele está detido na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, e participou do depoimento por videoconferência.

    “Já perdi quase 20 quilos. Nossos amigos, nossa família, me desculpe, não tem como conter a emoção de estar preso e inocente. Eu e meu irmão somos inocentes. É uma dor inconsolável”, afirmou.

    Domingos nega envolvimento com milícia

    Durante o depoimento, o conselheiro do TCE-RJ foi questionado sobre um suposto envolvimento com milicianos. Ele disse desconhecer a situação. “Sou conselheiro de estado do Rio de Janeiro, mas jamais recebi esse tipo de agenda”, comentou. “Jamais recebi milicianos no Tribunal de Contas”.

    Brazão também afirmou que o assassinato de Marielle é “absurdo”. “Eu pessoalmente não a conheci. Mas é claro que é um absurdo esse crime e o responsável tem que ser punido com rigor. Não só por se tratar de uma parlamentar, mas uma cidadã. Depois da morte da vereadora outros parlamentares também tiveram as suas vidas ceifadas”, disse.

    Durante a oitiva, Domingos pontuou que não conhece o delegado Rivaldo Barbosa. “Eu não tenho nem sequer o contato do delegado Rivaldo. Nunca estive pessoalmente com o delegado Rivaldo, nem para tratar de assunto do meu interesse e nem de algo do interesse público. Nem enquanto deputado e nem enquanto conselheiro. Nunca estive e não tive nenhum assunto para tratar”.

    Na segunda-feira (15), Rivaldo também prestou depoimento ao Conselho de Ética e negou qualquer tipo de relação com os irmãos Brazão.

    A expectativa é de que Chiquinho Brazão também fale ao colegiado nesta quarta.

    Próximos passos

    Após a realização das oitivas, a relatora, deputada Jack Rocha (PT-ES), deverá divulgar um parecer sobre as investigações. O relatório será votado pelo Conselho de Ética.

    Se o resultado for pela suspensão ou perda do mandato, caberá ao plenário da Câmara chancelar a decisão do Conselho de Ética. Para que o mandato seja cassado, são necessários ao menos 257 votos favoráveis em plenário.

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