Dois Lados: parlamentares comentam apoio a Lula na transição de governo
Deputados federais Ricardo Barros (PP-PR) e André Figueiredo (PDT-CE) analisaram as articulações e apoio ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na transição de governo
No quadro CNN Dois Lados desta quarta-feira (9), os deputados federais Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, e André Figueiredo (PDT-CE), líder do PDT na Câmara, analisaram as articulações e apoio ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na transição de governo.
Na terça-feira (8), Lula chegou a Brasília para encontros com chefes dos Poderes para discutir transição e Orçamento.
Figueiredo afirma que o partido apoiou Lula no segundo turno em eleições anteriores e que há um entendimento entre os membros do partido de que as últimas eleições representam um momento importante para o país.
“Para nós do PDT, estar com o Lula desde o final do primeiro turno era mais que esperado, até pelo nosso compromisso, com a pauta que Lula representa, e lógico, nós do PDT temos também as considerações a fazer, tanto que o Lula incorporou já no segundo turno alguns pontos programáticos do nosso projeto nacional de desenvolvimento que o Ciro tão bem tocou na campanha do primeiro turno”, disse o parlamentar.
Já o líder do governo na Câmara destacou a importância estratégica do diálogo com o Centro para a governabilidade.
“O Progressistas é um partido de centro e, no Brasil, se ganha esquerda, o governo é centro-esquerda, se ganha direita, o governo é centro-direita, por que sem o centro não se governa. Lula fez 80 parlamentares na sua federação, Bolsonaro 99 no seu Partido Liberal. De qualquer forma, precisa de compor maioria”, afirmou Barros.
Composição do Congresso
O líder do PDT na Câmara avalia que a formação do Congresso será bem diferente de legislaturas anteriores.
“Tivemos o espectro ideológico da direita fortalecido, até por que o país saiu dividido, com essa polarização entre Lula e Bolsonaro, então temos que dialogar bastante. As forças mais à esquerda dialogar com o centro, nós por exemplo do PDT sempre tivemos um excelente relacionamento com o presidente Arthur Lira, com as bancadas do PP, do hoje União Brasil, então não vejo dificuldades para que nós possamos dialogar com essas forças que historicamente são de centro, mas que têm uma abertura muito forte ao diálogo, desde os governos Lula e Dilma”, disse.
Para Barros, a pacificação é uma responsabilidade do presidente eleito.
“Cabe a ele escolher um time de gente que esteja pensando pra frente no Brasil e não pra trás do que aconteceu na eleição. O presidente Bolsonaro fez a maior bancada na Câmara, a maior bancada no Senado, o governo de São Paulo, e ontem lançado já candidato à presidência da República em 2026, certamente vai manter sob sua liderança um bom número de parlamentares. Cabe ao governo eleito criar o ambiente para que todos possam colaborar com as matérias que sejam do interesse do país”, disse.
Auxílio Brasil
Os parlamentares avaliam que será necessária celeridade na tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para bancar o valor de R$ 600 para o Auxílio Brasil.
“Na compreensão da grande parte dos partidos que hoje compõe o campo da oposição ao atual governo, nós temos a compreensão de que é necessária uma PEC e para tramitar uma PEC são necessárias pelo menos 20 sessões. Temos que afunilar nesse caminho para que possamos ter essa garantia que já no 1º de janeiro teremos um Auxílio Brasil de 600 reais”, disse Figueiredo.
“A PEC tem que ser absolutamente consensual senão não tramita no prazo que é necessário. De absolutamente consensual temos o Auxílio Brasil de 600 reais e o ganho real do salário mínimo, que foram promessas dos dois candidatos. Acho que isso na faixa dos 80 bilhões temos como tramitar expressamente sem nenhum parlamentar contra, por que um contra exigiria o rito processual do regimento”, avalia Barros.
(Publicado por Lucas Rocha)