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    Dois Lados: Boulos e Fraga debatem atuação da esquerda e direita no novo governo

    Deputados federais Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Alberto Fraga (PL-DF) analisaram qual deve ser o papel da base parlamentar do governo eleito e da nova oposição durante o governo de Lula (PT)

    Basília Rodriguesda CNN , em Brasília

    No quadro CNN Dois Lados desta quinta-feira (8), os deputados federais Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Alberto Fraga (PL-DF) analisaram qual deve ser o papel da base parlamentar do governo eleito e da nova oposição durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    Os parlamentares começaram sendo questionados sobre a atual situação da esquerda na América Latina, tendo em vista a condenação da vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e o impeachment do ex-presidente do Peru, Pedro Castillo, após uma tentativa frustrada de golpe. Boulos disse que a tendência tem sido de fortalecimento da esquerda no continente, mas falou que é preciso tratar os casos de Kirchner e Castillo separadamente.

    “Eu critiquei o presidente Jair Bolsonaro (PL) quando ele falou em fechar Congresso e Supremo, atacando as liberdades democráticas. O Pedro Castillo deve responder por ter tentado fechar o Congresso, não vou passar pano para ninguém.” Para ele, a condenação da vice-presidente argentina é um caso diferente: “ela tem sofrido uma perseguição política muito parecida com a que sofreu o presidente Lula aqui no Brasil”.

    Fraga concorda que a esquerda cresceu muito na América Latina, “e agora que o Brasil entra nesse time eu tenho muita preocupação”. Ele disse que uma sociedade conservadora como a brasileira já não aceita mais certas bandeiras, e que tem certeza que algumas pautas serão muito debatidas no Congresso, já que a nova oposição  não aceitará o retrocesso.

    “Eu defendo uma oposição construtiva”, explicou o deputado do PL. Com relação ao destino do seu partido, ele disse que não cabe a ele acertar o futuro, mas que a ideia da maioria dos deputados é permanecer na oposição, mesmo que alguns outros saiam do partido.

    Ao ser questionado sobre o posicionamento do Psol, que ainda não decidiu se vai compor com o governo eleito, Boulos explicou que todo partido democrático, com militância e vida orgânica, tem debate interno e diversidade. “Isso não é um problema, é uma virtude. Eu tenho certeza que o Psol não será oposição ao governo Lula, e defendo que o partido componha o governo e busque puxar a agenda do país mais para a esquerda.”

    Veja o debate completo no vídeo acima.

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