Divisão sobre voto impresso mostra que centrão não quer desagradar TSE
PEC do voto impresso foi rejeitada pelo plenário da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (10)
Na noite desta terça-feira (10) o plenário da Câmara dos Deputados rejeitou em primeiro turno a Proposta de Emenda à Constituição 135/19, conhecida como PEC do voto impresso. Foram 229 votos favoráveis, 218 contrários e uma abstenção. A divisão de votos atribuídas aos partidos conhecidos como centrão pode indicar que o grupo não quer desagradar a Justiça Eleitoral, segundo o analista de política da CNN Caio Junqueira.
Como a matéria não obteve os 308 votos necessários para ser votada em segundo turno, a PEC foi arquivada. A divisão dos votos por partido mostra que não houve equilíbrio dentre os membros de cada legenda, conforme levantou a analista de política da CNN Raquel Landim.
O PP, que hoje pode ser chamado de uma base aliada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), apresentou-se bastante divido: 39% a favor e quase 32% contra. Já o PSD, presidido por Gilberto Kassab, teve 57% dos votos a favor; o MDB teve 45% dos votos a favor, 30% contra e 24% de abstenções. Por fim, o PSDB teve 44% dos votos a favor e 16% contra.
O centrão, bastante dividido e volátil, mostra que o grupo opera muito pela sobrevivência política, segundo análise de Caio Junqueira.
Caso a PEC avançasse, o centrão desagradaria a Justiça Eleitoral, que tem em mãos dezenas de processos envolvendo os parlamentares, contas de partidos e elegibilidades. O analista reitera que essa é uma ótica que tem sido pouco abordada; a ótica do envolvimento deles com a Justiça Eleitoral.
A maioria dos 513 parlamentares irá se candidatar em 2022 e passará pelo crivo de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A análise de Caio Junqueira aponta que do outro lado da Praça dos Três Poderes, há quatro ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que já entraram em uma operação política para enterrar essa a PEC do voto impresso.