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    Eleições 2022

    Disputa presidencial: Centrão não deve definir apoio até fim do 1º turno

    Bloco foi fortalecido após trocas na janela partidária

    Adriana De Lucada CNN em Brasília

    O próximo presidente que assumirá em 2023 terá que lidar com um Centrão ainda mais forte e que ainda detém o controle do orçamento secreto. Entretanto, até a posse, há um longo caminho e a luta agora é para contar com o apoio dos parlamentares de centro nas eleições.

    De olho na reeleição, o presidente Jair Bolsonaro se filiou ao PL e hoje admite que precisa do Centrão para vencer a corrida ao planalto. Em entrevista ao podcast “Irmãos Dias”, o presidente admitiu que já deu cargos ao Centrão em troca de apoio parlamentar, prática que ele chamou de crime em 2018.

    “O Centrão na Câmara equivale a aproximadamente 300 deputados federais. Para aprovar qualquer coisa, em especial emenda à constituição, passa por eles. Agora, o nosso relacionamento não é como no passado. Alguns cargos foi [sic] dado para partidos de centro, sim, não vou negar isso aí”, disse em entrevista.

    Ao contrário do que fez durante o tempo em que esteve no poder, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agora garante que, se for eleito, não vai retomar a política do toma lá, dá cá com o Centrão.

    “Eu já disse que o Centrão não é um partido político, e têm partidos do Centrão que não estão diretamente ligados à campanha do Bolsonaro. Quando você ganhar, se você quiser aprovar um projeto de lei, você tem que conversar com todo mundo que foi eleito. Você não conversa com quem ficou na suplência. Você vai conversar com os partidos que estão com representantes indicados na câmara e no senado”, disse o ex-presidente.

    A verdade é que tanto a direita quando a esquerda buscam o centro. A janela partidária que se encerrou no dia primeiro de abril tornou esse bloco de partidos ainda mais forte.

    O PL, partido de Bolsonaro, se tornou o maior da Câmara, com 75 parlamentares; junto com o PP e Republicanos forma o bloco que apoia publicamente o presidente e dá sustentação ao Planalto no Congresso.

    O outro bloco, o Centrão mais “light”, é composto por MDB, PSD e União Brasil, que é a fusão de DEM e o PSL.

    O União Brasil lançou o nome do deputado Luciano Bivar para concorrer ao Planalto.

    “Vamos solicitar ao nosso presidente Luciano Bivar que receba a missão de representar nosso partido como pré-candidato à Presidência da República. Pedimos a convocação da nossa executiva para deliberar sobre essa indicação na próxima quinta-feira”,  afirmou o deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA)

    Já o MDB vive uma disputa interna, uma ala do partido, vinculada a lideranças como o senador Renan Calheiros, é pro-Lula. Outra, capitaneada pelo presidente da sigla, Baleia Rossi, é a favor da candidatura da senadora Simone Tebet.

    “Hoje o MDB  está entusiasmado, está trabalhando, pela nossa pré-candidata Simone Tebet”, disse Rossi.

    A joia da coroa é o PSD. Disputada principalmente devido ao tempo de propaganda partidária, a sigla ainda sonha com uma candidatura própria, e deve iniciar consultas na legenda para a escolha de um nome. O próprio presidente da legenda, Gilberto Kassab é cotado.

    O prazo formal para definição das candidaturas é junho. Publicamente, o Centrão “light” deve definir mesmo de que lado está após o primeiro turno. Até lá, o foco é obter a maior bancada possível na câmara – o que garante aos partidos mais recursos dos fundos eleitoral e partidário.

    Análise

    O Centrão não deve definir apoio até o fim do primeiro turno, e deve focar esforços nas eleições legislativas. Os analistas da CNN Thais Arbex, Caio Junqueira e Raquel Landim comentaram a movimentação

    Arbex afirma que o Centrão está bastante “espalhado”, e que os parlamentares deste grupo serão determinantes em um próximo governo independente de qual presidente for eleito.

    A analista reitera que os políticos do Centrão estarão à frente do Congresso e farão com que as pautas avancem ou não. Veja a análise completa no vídeo acima.