Diretor da PF diz à CNN que dados do exterior corroboram delação de Cid
Em entrevista exclusiva, Andrei Rodrigues defende a delação premiada e afirma que há "muita consistência" nas declarações do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse em entrevista exclusiva à CNN que uma primeira remessa de informações solicitadas ao governo dos Estados Unidos sobre a investigação do escândalo das joias já chegou ao Brasil.
Segundo ele, as informações obtidas até agora “corroboram e confirmam” informações prestadas pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid em delação premiada fechada com a Polícia Federal e com o Supremo Tribunal Federal (STF).
“Já começamos a receber as primeiras documentações”, disse o diretor-geral da Polícia Federal. “Eu não posso detalhar a natureza dos documentos, mas o que eu posso garantir é que algumas das informações que chegaram corroboram e confirmam aquilo que foi feito na colaboração”, acrescentou.
A Polícia Federal solicitou ao governo norte-americano dados de contas bancárias tanto de Mauro Cid como de Jair Bolsonaro (PL), bem como documentos e imagens sobre a venda no exterior dos presentes destinados à Presidência da República.
“A delação é um caminho para se buscar provas. E há, sim, ali, caminhos. Há muita consistência, há muitos elementos já apontados, que nos permitem, confrontando com demais elementos já colhidos nos autos, identificar que de fato há consistência”, afirmou.
O diretor-geral salientou que o fechamento da delação premiada pela Polícia Federal foi legítimo e que a organização policial está focada na qualidade da prova e na responsabilidade da operação.
“O que eu posso dizer é que a investigação vai até o fim. Nós não vamos parar enquanto a gente não desvendar, para cada uma das ações criminais, todos os autores que atuaram em todos os processos”, disse.
“Aqueles que, em alguma medida, têm participação serão responsabilizados”, acrescentou.
Rodrigues salientou que a Polícia Federal não irá se furtar de fazer “nenhuma operação” que a corporação policial tenha o “dever legal de fazer”. E disse que é natural que, em um futuro próximo, citados na delação premiada sejam chamados para prestarem depoimento.