Dino vai se reunir com bancadas do PSD e do MDB mirando votos de 26 senadores
Ministro tenta converter senadores indecisos e ampliar margem de votos favoráveis para viabilizar aprovação ao STF
O ministro Flávio Dino vai se reunir nos próximos dias com as bancadas do PSD e do MDB na tentativa de converter senadores indecisos e de ampliar o número de votos favoráveis para garantir a aprovação de seu nome para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Os partidos têm duas das maiores bancadas do Senado. O PSD conta com 15 senadores e o MDB, com 11.
O ministro vai se encontrar com os senadores do PSD na manhã de terça-feira (12).
A reunião com a bancada do MDB ainda não tem data definida.
Os encontros acontecem na reta final para a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e para a votação no plenário, marcadas para a próxima quarta-feira (13).
Dino foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no início da semana passada.
A base do governo no Senado avalia que o ministro já tem pouco mais do que o mínimo de votos necessários — 41 senadores — para ser aprovado.
Os governistas trabalham para ampliar a margem de votos favoráveis a Dino para evitar surpresas, como mudança de posição e traições.
O maior desafio, segundo relatam senadores que atuam na articulação por sua aprovação, é converter o voto de indecisos.
A avaliação é a de que este trabalho tem de ser feito junto a senadores de partidos do centro, como, por exemplo, o MDB.
Os senadores que fazem a interlocução de Dino com seus colegas sugeriram que o ministro procurasse não apenas partidos de centro, mas também parlamentares que representam estados do Norte, Centro-Oeste e Sul e que sejam reduto do bolsonarismo.
A oposição ao governo Lula, resistente à escolha feita pelo presidente, tem se movimentado para rejeitar a indicação do ministro e avalia que a base governista está otimista com a contagem de votos favoráveis e que esses números não refletem a realidade.
Desde a semana passada, quando deu início à peregrinação pelos gabinetes, Dino se reuniu pessoalmente com ao menos nove senadores.
O ministro calcula ter dialogado até agora com mais de 50.
A maior parte das conversas tem sido realizada por telefonema.
Nesta segunda-feira (4), o ministro esteve com Hamilton Mourão (PL-RS) e Margareth Buzetti (PSD-MT).
Esses dois encontros simbolizam o esforço do ministro em tentar romper com a resistência que senadores da oposição têm com relação a seu nome para o STF.
Mourão foi vice-presidente de Jair Bolsonaro (PL) por quatro anos e afirmou que votará para rejeitar a indicação de Lula.
Já a senadora Buzetti declarou ter votado em Bolsonaro nas eleições do ano passado e representa no Senado um estado que deu maioria de votos ao ex-presidente em 2022.