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    Dilma tem alta após cirurgia cardíaca em hospital de São Paulo

    Ex-presidente realizou um cateterismo na manhã de quarta-feira (1º) no hospital Sírio-Libanês

    João de Marida CNN* , Em São Paulo

    A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) teve alta na tarde desta quinta-feira (2) após passar por um procedimento cardíaco no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A ex-presidente realizou um cateterismo na manhã de quarta-feira (1º).

    Segundo o cardiologista e diretor do hospital Roberto Kalil Filho, que realizou a cirurgia, o procedimento ocorreu sem problemas. A informação da alta foi confirmada pela assessoria de imprensa da petista.

    A cirurgia cardíaca foi feita para o fechamento de forame oval patente, o FOP, por cateterismo. A condição é caracterizada como um buraco, devido ao fechamento incompleto de uma estrutura localizada no coração.

    Dilma fez um procedimento de desobstrução de artéria no mesmo hospital em dezembro de 2018. A angioplastia ocorreu após um exame feito no dia anterior para verificar possíveis entupimentos nas artérias que irrigam o coração.

    Em 2009, antes de ser eleita presidente, a ex-presidente passou por um tratamento de quimioterapia no mesmo hospital contra um câncer no sistema linfático. Na ocasião, havia sido detectado um tumor 2,5 centímetros na axila esquerda.

     

    O que é o FOP

    O FOP é observado em cerca de 25% da população geral e não representa riscos para a maioria das pessoas.

    O forame oval é um pequeno orifício presente na parede do músculo do coração que divide duas cavidades do órgão, chamadas de átrios. A estrutura permite a passagem de oxigênio e nutrientes da mãe para o bebê durante a gestação. Após o nascimento, ela fecha totalmente para a maior parte da população.

    No entanto, algumas pessoas podem passar a vida toda com o pequeno buraco presente no coração, sem que isso cause qualquer problema de saúde. O diagnóstico pode ser feito por exames de imagem, incluindo o ecocardiograma. A análise da necessidade de tratamento cirúrgico é feita pelo médico cardiologista.

    De acordo com o cardiologista intervencionista Roberto Botelho, diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), os riscos de complicação pelo forame oval patente são maiores para pessoas com predisposição ao desenvolvimento de trombose, que envolve a formação de coágulos sanguíneos, pacientes que já tiveram Acidente Vascular Cerebral (AVC) sem causa identificada e indivíduos que apresentam um aneurisma próximo ao forame oval.

    Para essas pessoas, é recomendada a realização de um procedimento para fechar a estrutura de forma artificial, que simula o que teria acontecido naturalmente logo após o nascimento.

    Como funciona o procedimento

    A intervenção cirúrgica para corrigir o problema é chamada “fechamento de FOP por cateterismo”. O procedimento consiste em colocar uma prótese com o objetivo de fechar definitivamente a estrutura.

    A operação é realizada por meio de punção na virilha. Para a prótese chegar até o coração, os médicos utilizam um cateter que segue o caminho da veia pulmonar esquerda. O monitoramento é feito com a utilização de equipamento ecocardiográfico. A prótese é liberada por um dispositivo e posicionada. Em seguida, o cateter é retirado, encerrando o procedimento.

    Segundo o cardiologista Roberto Botelho, o procedimento é simples e dura em torno de meia hora. O tempo de internação varia de acordo com o perfil de cada paciente. No caso do tratamento preventivo, a liberação pode ser feita no dia seguinte ao procedimento. Quando a cirurgia é realizada devido a uma complicação, como um derrame, o prazo pode ser maior. “Primeiro é tratado o derrame, com cateter, que retira os pequenos coágulos no cérebro. Depois, em outro momento, será tratado o FOP”, explica o médico.

    Por ser um procedimento simples, os pacientes podem retornar às atividades normais em poucos dias. “O pós-cirúrgico é absolutamente tranquilo. Depois da alta hospitalar, já dá para voltar à vida normal. Recomendamos um período de cicatrização, que varia em cada caso, em torno de três a seis meses, para atividades intensas como a prática de esporte competitivo”, disse.

    Fatores de risco

    Segundo o cardiologista Roberto Botelho, a maior parte das pessoas que vive com o forame oval patente pode ter uma vida normal, sem impactos para o organismo. No entanto, quando associada a outros fatores, como obesidadetabagismo e outras doenças cardiovasculares, a condição pode aumentar os riscos de complicações, como a predisposição à formação de coágulos sanguíneos.

    Para esses pacientes, a falta do procedimento corretivo pode levar a problemas de saúde como Acidente Vascular Cerebral (AVC), trombose e déficit cognitivo ocasionado pelo acúmulo de coágulos com o tempo.

    (*Com informações de Lucas Rocha)

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