‘Desconheço brigas por poder dentro do governo’, diz novo ministro do Turismo
Alçado ao cargo após conflito entre ministros, Gilson Machado também afirma não ser interino e garante que cargo não será 'moeda de troca' com o Congresso
Nomeado como novo ministro do Turismo, Gilson Machado afirmou, em entrevista à CNN nesta quinta-feira (10), não acreditar que existam disputas internas por poder dentro do governo.
“Eu desconheço briga por espaço e por poder dentro do governo”, disse o novo ministro, entrevistado pelos âncoras da CNN Caio Junqueira e Monalisa Perrone. “O nosso governo é um governo que, comparado com outros governos, é o que menos têm problemas internos possíveis”, argumentou.
Gilson Machado foi designado para o posto após o ministro Marcelo Álvaro Antônio (PSL) ser demitido em conflito com o chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.
Na mensagem que endereço a Ramos, e que deflagrou o conflito, Álvaro Antônio acusou o colega de “pedir a sua cabeça” para negociar o cargo de ministro do Turismo com parlamentares. O governo estaria em um esforço de articulação para fortalecer a candidatura de Arthur Lira (PP-AL) a presidente da Câmara.
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Questionado sobre a possibilidade de ser substituído como parte dessa “troca” com o Congresso, Gilson Machado diz que não é interino e que essa prática não existe dentro do governo Bolsonaro. “Moeda de troca não existe nesse governo”, disse o novo ministro do Turismo.
“Na minha nomeação não está falando interino, mas o meu cargo é à disposição. O presidente trata o país como uma empresa. Se não der resultado, o cara tem que sair”, completa Machado, que era presidente da agência Embratur e foi promovido a ministro após a demissão relâmpago de Marcelo Álvaro Antônio.
Economia
Em entrevista à CNN, o ministro Gilson Machado afirmou que o ano de 2020 “foi o pior possível para o Turismo”, em função da pandemia da Covid-19.
Machado afirmou que o setor será um dos motores da recuperação econômica do país e criticou a possibilidade de novas medidas de distanciamento social. “Nosso setor não aguenta um segundo lockdown”, argumentou.
O novo ministro afirmou que o governo atuou para minimizar os impactos, citando campanhas institucionais contra o cancelamento de viagens e a busca de um “selo sanitário”, que atestaria destinos e locais como seguros para receberem turistas.
Ele se definiu como um técnico, relembrando o trabalho no grupo do turismo durante a transição do governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) para o do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo ele, uma conquista para o turismo no atual governo seria “quebrar a ideologia dos passaportes”. “O Brasil exigia a emissão de passaportes para países notadamente emissores de turistas. Quantos bilhões de dólares nós burramente perdemos para o Caribe?”, argumentou.