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    Eleições 2022

    Desafio é transformar presença de candidatos negros em votos, diz reitor

    Pela primeira vez, o número de pedidos de registro de postulantes que se declaram pretos e pardos junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) superou o de brancos

    Júlia Vieirada CNN

    Ao Arena Eleições, da CNN, desta sexta-feira (2), o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, celebrou o recorde de candidatos negros nas eleições de 2022, mas ressaltou que transformar essa presença em votos diretos será um desafio.

    “Acho que é mais um passo no processo, mas não é uma relação direta”, afirmou o reitor sobre uma maior representatividade na política brasileira.

    Pela primeira vez, o número de pedidos de registro de postulantes que se declaram negros junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) superou o de brancos, de acordo com a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O IBGE considera o número de negros a soma dos declarados pretos ou pardos.

    “Tínhamos uma agenda que estava apagada, desconhecida, no subterrâneo, que eram os negros na política. Com todas essas transformações dos últimos anos, o negro se apresenta, aparece, e agora se disponibiliza para receber o voto. O desafio vai ser transformar essa presença em voto direto, sobretudo dos negros”, alerta Vicente, que aponta que, historicamente, a população negra, que é a maioria, não tende a votar em governantes negros.

    “Tradicionalmente, o que nós vemos é que os negros não fazem essa ligação direta. Salvador e até mesmo a Bahia nunca teve um governador negro ou prefeito negro, mesmo que 80% da população seja negra”, apontou.

    Neste ano, passará a valer a emenda constitucional 111, que define que os votos dados a negros vão ter o dobro do peso para a distribuição de votos do fundo partidário e Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC). Para o reitor, a medida é importante.

    “Deverá funcionar. Já na eleição anterior, nós vimos uma repercussão positiva, porque já tinha um encaminhamento de ter uma determinada disponibilidade do fundo para mulheres, com cota de 30%. Isso já gerou um movimento”, relembrou Vicente.

    “Agora, nós temos dois movimentos: negros estão mais interessados em participar da vida política e os partidos estão sendo estimulados a fortalecer as candidaturas negras, porque para cada candidato negro, dobra o repasse do fundo”, analisa.

    Debate

    As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.

    O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.

    Confira a íntegra do quadro no vídeo acima.

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