Deputados estaduais lideram renovação da Câmara dos Deputados
Cargo é a principal ocupação apresentada pelos eleitos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
A Câmara dos Deputados elegeu 49 candidatos que vieram das Assembleias Legislativas dos estados, de acordo com um levantamento feito pela CNN, a partir dos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A ocupação é a principal apresentada pelos eleitos para o Congresso, que renovou 39% de suas cadeiras após o pleito de 2022.
Nestas eleições foram 294 parlamentares reeleitos, 17 deputados de legislaturas anteriores e 202 novatos. Entre os que chegam pela primeira vez para representar o povo na casa legislativa, aparecem: 38 que se declararam deputados, 31 advogados, 26 empresários, 19 vereadores e 12 policiais, de acordo com a autodeclaração apresentada ao TSE.
Alguns candidatos, apesar de já exercerem um cargo político, ainda se identificam com as profissões “originais”, como os deputados estaduais Tadeu Veneri (PT), que se apresentou como aposentado, e Any Ortiz (Cidadania), que preencheu a ocupação como advogada.
Apesar do avanço da representatividade de alguns setores, como mulheres – que cresceu 18% na Câmara – e negros, o cientista político e doutor em direito Geraldo Tadeu analisa que ainda há um predomínio de determinadas ocupações pelas características das funções.
“Vemos um predomínio dos empresários, que em geral são pessoas influentes e que tem recursos para investir na campanha. Para os advogados, há a tradição: desde o Império, os membros da elite estudavam as leis e o direito era um caminho comum para o legislativo”, explica o cientista.
O especialista ainda aponta um distanciamento do propósito da Câmara, criada para representar o povo no parlamento brasileiro:
“A Câmara não é representativa da sociedade no sentido sociodemográfico. Nós podemos falar de uma “elite política” que não espelha a população e dificilmente espelhará nos próximos anos, visto o índice de renovação das eleições “, afirma.
Na lista das ocupações dos eleitos, ainda aparecem os servidores públicos, com dez representantes; médicos, com sete; jornalistas e redatores, com seis eleitos; engenheiros, com quatro, e administradores, produtores agropecuários, comerciantes e professores de ensino médio, com três.
Com menos representantes, mas com alguma presença na casa legislativa, também estão enfermeiros, estudantes, fisioterapeutas, pecuaristas, professores de ensino superior e publicitários, com dois deputados; e aposentado, militar reformado, sacerdote ou membro de ordem religiosa, agricultor, arquiteto, ator, bombeiro, dona de casa, historiador, membro das forças armadas, motorista particular, professor de ensino fundamental, psicólogo, relações-públicas, senador, sociólogo e metalúrgico, com apenas uma representação.
(*Sob supervisão de Helena Vieira)