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    Deputados do PL resistem a aprovar texto completo da PEC da Transição

    Esta será a primeira oportunidade de o PL se posicionar como oposição ao governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

    Gabriel Hirabahasida CNN , Em Brasília

    Deputados do PL divergem internamente sobre a posição que a legenda deverá adotar sobre a PEC que o PT vai apresentar para viabilizar o pagamento do Auxílio Brasil em R$ 600 no ano que vem, segundo fontes da sigla do presidente Jair Bolsonaro ouvidas pela CNN. Ainda não se trata de uma posição oficial da legenda, já que o assunto será discutido entre os congressistas nas próximas semanas.

    Apesar disso, alguns deputados próximos ao presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, e os bolsonaristas que se filiaram ao partidos junto de Jair Bolsonaro se posicionam contra a maior parte da PEC, enquanto uma outra ala defende votar a favor da proposta, que deve ter um alto apelo social.

    Segundo essas fontes ouvidas pela CNN, há uma ala que defende aprovar apenas um valor suficiente para bancar o aumento do Auxílio Brasil (ou Bolsa Família) para R$ 600, o que, no cálculo de especialistas, corresponde a algo próximo a R$ 52 bilhões. Fazem parte desse grupo alguns deputados próximos a Valdemar e alguns bolsonaristas.

    O próprio Valdemar Costa Neto se colocou contra o cerne da proposta, durante uma entrevista coletiva concedida na terça-feira (8), e disse que ela é “muito discutível”.

    “Eu acho muito discutível. O Lula poderia usar os 20% que ele pode remanejar do Orçamento e fazer isso ele mesmo [viabilizar recursos para o auxílio]. Ele não precisava criar uma PEC para isso, na minha opinião”, disse Valdemar.

    “Eu acho que a PEC tem que ser melhor discutida por causa desse sentido. Ele que pegue uma parte dos recursos que ele possa movimentar, ele que pegue uma parte e a outra parte podia fazer através de uma PEC. Mas não todo o valor, todo esse valor eu sou contra isso. Sou contra”, completou.

    Esse valor próximo a R$ 52 bilhões é bem abaixo do que outros líderes partidários têm discutido no Congresso, que seria algo em torno de R$ 80 bilhões.

    Esta será a primeira oportunidade de o PL se posicionar como oposição ao governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar dessa discussão, tanto o petista quanto Bolsonaro foram favoráveis ao aumento do benefício para R$ 600.

    O PL tem, atualmente, cerca de 70 deputados. A partir de fevereiro do ano que vem, terá 99 deputados. Há a possibilidade de o partido orientar seus deputados contra todos os demais itens da proposta, a não ser o aumento do benefício social para R$ 600.

    A adesão dos deputados à orientação do partido, no entanto, é discutível internamente, de acordo com algumas fontes ouvidas. Isso porque alguns deputados terminam seus mandatos em fevereiro do ano que vem –ou seja, não há sanções que o partido possa impor para inibir a votação dos congressistas com o governo. Ao todo, mais de 20 deputados da bancada não foram reeleitos.

    Além disso, uma ala do partido tem proximidade com congressistas do PT e da esquerda e, por mais que haja um entendimento do PL de fazer oposição ao governo eleito, não pretendem se opor ao texto apresentado pela equipe de Lula, segundo as fontes ouvidas.

    A bancada que votará a proposta que ficou conhecida no meio político como PEC da Transição é essa de cerca de 70 deputados, e não os 99 eleitos.

    Esta será a primeira oportunidade para testar se o PL será duro com seus congressistas e punirá aqueles que desrespeitarem as opiniões divergentes. Na entrevista coletiva na última terça-feira (8), Valdemar evitou dizer se aplicará sanções contra os deputados da legenda.

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