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    Deputada eleita é acusada de usar fundo eleitoral para pagar harmonização facial

    Ministério Público Eleitoral pediu a condenação de Silvia Waiãpi, eleita deputada federal pelo PL no Amapá

    Gabriel Hirabahasida CNN

    O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu a condenação da deputada federal eleita Silvia Waiãpi (PL-AP) por ter supostamente usado dinheiro do fundo eleitoral para custear um procedimento de harmonização facial.

    A representação da Procuradoria Regional Eleitoral do Amapá foi apresentada na quinta-feira (6) e tem como base o depoimento de Maite Luzia Mastop Martins, que trabalhou para Silvia Waiãpi como coordenadora da campanha.

    O Ministério Público Eleitoral pediu, ainda, a quebra do sigilo bancário tanto de Silvia quanto de Maite.

    Maite relatou ao Ministério Público que sua então chefe repassou parte dos recursos que recebeu do fundo eleitoral para a conta de sua subordinada e mandou que ela usasse esse dinheiro para pagar uma clínica pela harmonização facial que estava fazendo.

    Segundo Maite, a deputada eleita mandou que ela a encontrasse na clínica onde já estaria fazendo o procedimento. Ao chegar ao local, Silvia mandou sua coordenadora de campanha pagar pela cirurgia estética. O procedimento custou R$ 9 mil, tendo sido pago em duas transferências, uma de R$ 2 mil e outra de R$ 7 mil.

    “Para minha surpresa quando eu cheguei lá no médico, ela já tinha feito parte do procedimento. Ainda ia continuar o procedimento estético de harmonização facial e ela só falou assim: “Olha, já paga logo aí pra ele” e eu olhei sério pra ela. “Eu acabei de colocar mais dinheiro na tua conta”, ela pegou e falou pra mim, aí disse: “Já paga logo aí porque eu não tenho dinheiro, eu só vou receber no dia 5”. E eu olhei pra ela: “Silvia, tu tem certeza? Tu tem certeza?”. Porque ela entendeu que eu estava falando a respeito da questão do Fundo Partidário (sic). Ela pegou e falou assim ‘Não tem como te pagar, só recebo dia 5, então paga, depois a gente se resolve’”, relatou Maite ao Ministério Público Eleitoral.

    A coordenadora de campanha de Silvia Waiãpi apresentou ao MPE os comprovantes de transferência de sua conta para a conta da clínica estética.

    O responsável pelo procedimento, Willian Rafael Oliveira, também foi ouvido pela Procuradoria Regional Eleitoral e confirmou o pagamento.

    “A fim de confirmar as declarações apresentadas por Maite Martins, procedeu-se a oitiva de Willian Rafael Oliveira, responsável pelo atendimento a Silvia Nobre.

    Este, por sua vez, corrobora a realização do procedimento estético, a ida de Maite para se encontrar com Silvia naquele local e o pagamento feito naquele momento por Maite, nos exatos valores narrados por Maite”, justificou o MPE.

    Segundo a Justiça Eleitoral, Silvia recebeu R$ 126 mil do Diretório Nacional do PL, sendo R$ 100 mil do fundo eleitoral e R$ 26 mil do fundo partidário. De acordo com a prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral, Maite recebeu mais de R$ 39 mil pelos seus serviços à campanha.

    Silvia Waiãpi foi eleita com 5.435 votos.

    A CNN tentou entrar em contato com a deputada federal eleita, tanto por mensagem, quanto por telefone. Uma resposta foi enviada pela defesa. Veja abaixo:

    Nota à imprensa

    Silvia Waiãpi, deputada federal eleita, Amapá (PL), por seu advogado, Flavio Goldberg, vem contestar informações veiculadas pela imprensa sobre representação do Ministério Público que teria sido feita junto ao TRE, Amapá, por denuncia de crime eleitoral feita por iniciativa de Maite Luzia Mastop Martins.

    Embora não tenha sido intimada e sem acesso aos autos do procedimento, desde já consigna que os elementos constantes do noticiário são totalmente improcedentes, fruto de vingança pessoal e intrigas partidárias, bem como discriminação racial, dada a origem da declarante, manifesta a intenção de ajuizar o competente processo cabível na espécie.

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