Democratas precisam reafirmar defesa às eleições no modelo atual, diz Randolfe
Em entrevista à CNN, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que é necessária uma atitude firme em defesa das instituições; grupo de senadores agendou encontro com o presidente do STF, ministro Luiz Fux


Em entrevista à CNN nesta terça (3), o senador e líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que “os democratas desse país precisam reafirmar em alto e bom som apoio á realização das eleições, e, sobretudo, apoio à forma como elas são realizadas no Brasil há mais de 30 anos”.
“De forma transparentes, sem nenhum questionamento e reconhecidas por todo o planeta e todos os países civilizados e democratas”, acrescentou.
Liderado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), um grupo de senadores agendou uma reunião, para esta terça-feira (3), ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux.
As visitas foram afinadas na última semana após encontros com ministros dos tribunais e servirão para, segundo eles, demonstrar apoio do Congresso às instituições e às eleições, em resposta aos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) e governistas nos últimos dias.
Randolfe acredita que, do encontro de hoje entre senadores e o presidente do STF, deve surgir uma “manifestação inconteste” de que não será tolerada qualquer tipo de “ameaça e qualquer tentativa de subjugação do processo eleitoral brasileiro”.
O senador também disse que Bolsonaro “não conspira contra as urnas eletrônicas, mas contra as eleições em si”.
“Ele é contra a existência das eleições, a periodicidade e o respeito à legitimidade do voto popular. Medo não há algum, mas é necessário firmeza de quem se chama democrata nesse país na defesa da institucionalidade”, afirmou Randolfe.
Em relação aos atos pró-Bolsonaro no último final de semana, que contaram com participação do presidente em São Paulo e Brasília, e tiveram ataques contra o STF, Randolfe disse que Bolsonaro “está sendo coerente com a trajetória dele e o que fez ao longo da vida”.
“O governo Jair Bolsonaro é vocacionado a romper a ordem democrática brasileira. […] Ele tem incompatibilidade com a vida democrática. Ele tem incompatibilidade com a divisão, com a régua institucional da separação dos poderes, da independência e da harmonia”, declarou.
“Diante de Jair Bolsonaro não se pode ter nenhum temor e nenhum receio. Mas tem que ter firmeza para afirmar a democracia e tem que ter lealdade às instituições. É necessário a tomada de uma atitude firme”, completou, dizendo que o Senado federal e o presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) são o principal meio de defesa da institucionalidade no momento.
Membros da advocacia do Senado receberam uma missão do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG): analisar a constitucionalidade de uma proposta para limitar o alcance do indulto presidencial em casos de crimes que atentem contra o Estado Democrático de Direito.
A ideia de Pacheco é construir um texto em conjunto com partidos da oposição. Algumas lideranças do MDB e do PSD também participam das conversas. A dúvida é se a matéria será apresentada com projeto de decreto legislativo ou Proposta de Emenda à Constituição.
O senador Randolfe Rodrigues afirmou que apoia qualquer iniciativa para que “os institutos da graça, da anistia e do indulto sejam regulados”.
“Esses institutos, no Estado Democrático de Direito, têm limites no exercício da função pública do governante. Nestes limites, está esculpido que não é possível se dar o indulto ou a graça a qualquer delinquente que atenta contra a ordem constitucional”, afirmou, fazendo referência ao caso do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ).
“Com a disposição dos brasileiros e a coragem das instituições, tenho certeza que, depois de outubro, Jair Bolsonaro e seus apoiadores serão uma página triste da história do país que será virada”, concluiu.
A CNN entrou em contato com o Palácio do Planalto para comentar as declarações do senador, mas ainda não houve retorno.
Debate
A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.
- 1 de 11
O presidente Jair Bolsonaro (PL) participa de solenidade no Palácio do Planalto, em Brasília - 20/06/2022 • CLÁUDIO REIS/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
- 2 de 11
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente, governou o país entre 2003 e 2010 e é o candidato do PT • Foto: Ricardo Stuckert
- 3 de 11
O candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) tenta chegar ao Palácio do Planalto pela quarta vez • FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
-
- 4 de 11
Simone Tebet cumpre o primeiro mandato como senadora por Mato Grosso do Sul e é a candidata do MDB à Presidência • Divulgação/Flickr Simone Tebet
- 5 de 11
Felipe d'Avila, candidato do partido Novo, entra pela primeira vez na corrida pela Presidência • ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
- 6 de 11
José Maria Eymael (DC) já concorreu nas eleições presidenciais em 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018, sempre pelo mesmo partido • Marcello Casal Jr/Agência Bras
-
- 7 de 11
Vera Lúcia volta a ser candidata à Presidência da República pelo PSTU. Ela já concorreu em 2018 • Romerito Pontes/Divulgação
- 8 de 11
Leonardo Péricles, do Unidade Popular (UP), se candidata pela primeira vez a presidente • Manuelle Coelho/Divulgação/14.nov.2021
- 9 de 11
Sofia Manzano (PCB) é candidata à Presidência da República nas eleições de 2022 • Pedro Afonso de Paula/Divulgação
-
- 10 de 11
Senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), candidata à Presidência da República - 02/08/2022 • ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
- 11 de 11
Padre Kelmon (PTB) assumiu a candidatura à Presidência após o TSE indeferir o registro de Roberto Jefferson (PTB) • Reprodução Facebook