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    Defesa de Bolsonaro diz que ex-presidente jamais se apropriou de bens públicos

    Nesta sexta-feira (11), PF pediu ao STF a quebra dos sigilos fiscal e bancário do ex-presidente

    Então presidente Jair Bolsonaro e seu então ajudante de ordens, Mauro Cid
    Então presidente Jair Bolsonaro e seu então ajudante de ordens, Mauro Cid 18/06/2019REUTERS/Adriano Machado

    Renata Agostini

    A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se pronunciou, no início da noite desta sexta-feira (11), sobre a operação da Polícia Federal (PF) que cumpriu mandados de busca e apreensão contra assessores do ex-presidente e mirou o desvio e venda no exterior de bens presenteados à Presidência da República em missões oficiais.

    Em nota, os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente “jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos”.

    Vídeo – Entenda a venda ilegal de joias da Presidência

    “Sobre os fatos ventilados na data de hoje nos veículos de imprensa nacional, a defesa do Presidente Jair Bolsonaro voluntariamente e sem que houvesse sido instada, peticionou junto ao TCU — ainda em meados de março, p.p. —, requerendo o depósito dos itens naquela Corte, até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito”, diz a nota.

    Quebra de sigilo

    Nesta sexta-feira (11), a PF pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra dos sigilos fiscal e bancário do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), informaram à CNN autoridades ligadas à investigação.

    A avaliação é de que já há situações — ainda não reveladas — que envolvem mais fortemente o ex-presidente no caso das joias. Fontes informaram à CNN também não haver pressa em ouvir os investigados e que já haveria muita prova contra eles.

    Entenda a operação da PF sobre as joias

    A PF cumpriu nesta sexta-feira (11) mandados de busca e apreensão contra o general Mauro César Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

    Também foram alvos da operação o ex-advogado de Bolsonaro Frederick Wassef, o tenente do Exército Osmar Crivelatti, além do próprio Mauro Cid.

    A decisão que embasou a operação desta sexta-feira para apurar desvios de objetos da União é do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

    Ele afirmou que, de acordo com dados analisados pela Polícia Federal, há a “possibilidade” de que o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do Gabinete Pessoal da Presidência da República tenha “sido utilizado para desviar, para o acervo privado do ex-presidente da República, presentes de alto valor, mediante determinação de Jair Bolsonaro (PL)”.

    Além disso, a investigação indica que o material deveria ser vendido e o dinheiro, repassado em espécie para o ex-presidente.

    Tentativa de venda

    Segundo a investigação da PF, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid levou para os Estados Unidos presentes recebidos pelo Estado brasileiro com a intenção de vendê-los.

    Ele teria transportado os objetos no mesmo avião presidencial em que Jair Bolsonaro viajou para Orlandoem 30 de dezembro do ano passado, na véspera do fim de seu mandato.

    Segundo a operação da PF, a suspeita é de que a conta do pai do ex-ajudante teria sido usada para recebimento de valores relativos a vendas de presentes de alto valor recebidos por agentes públicos brasileiros de autoridades árabes.

    A investigação “identificou que esse modus operandi foi utilizado para retirar do país pelo menos quatro conjuntos de bens recebidos pelo ex-Presidente da República em viagens internacionais, na condição de chefe de Estado”, aponta o relatório.

    Leia na íntegra o comunicado da defesa de Jair Bolsonaro:

    Sobre os fatos ventilados na data de hoje nos veículos de imprensa nacional, a defesa do Presidente Jair Bolsonaro voluntariamente e sem que houvesse sido instada, peticionou junto ao TCU — ainda em meados de março, p.p. —, requerendo o depósito dos itens naquela Corte, até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito.

    O Presidente Bolsonaro reitera que jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos, colocando à disposição do Poder Judiciário sua movimentação bancária.