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    Declarações de Lula sobre Israel e guerra não comprometem retirada de mais brasileiros em Gaza, dizem fontes

    Presidente equiparou os ataques de Israel aos ataques terroristas do Hamas no Oriente Médio

    Tainá Falcãoda CNN , em Brasília

    Fontes do Itamaraty acreditam que a declaração mais recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a guerra entre Israel e Hamas não deve comprometer a negociação de saída do segundo grupo de brasileiros que estão na Faixa de Gaza.

    O primeiro grupo, com 32 brasileiros e familiares repatriados, chegou em Brasília na noite de segunda-feira (13).

    Entre 35 e 50 brasileiros ainda pretendem deixar Gaza, segundo o governo federal. Fontes da cúpula da diplomacia brasileira acreditam que as falas de Lula, que equiparou os ataques de Israel aos ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro, não devem colocar em risco as negociações de saída destes brasileiros do território.

    “O Hamas cometeu um ato terrorista e fez o que fez. Israel também está cometendo vários atos de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra, que as mulheres não estão em guerra. Eles não estão matando soldados, estão matando crianças”, disse o presidente ao receber os brasileiros repatriados na segunda.

    A diplomacia brasileira afirmou à CNN que o Itamaraty tem tido uma postura crítica à guerra desde o início do conflito. E que as novas declarações não afetaram a saída de mais brasileiros, assim como não afetaram a saída dos 32 repatriados que já retornaram ao Brasil.

    O Itamaraty ainda não começou a negociar a saída do segundo grupo. O assunto é tratado com cautela no governo, já que os brasileiros só deixarão o território de Gaza depois que todos os outros estrangeiros já autorizados saiam.

    As falas de Lula estão alinhadas com o posicionamento dos embaixadores no entorno do presidente, que já criticaram a “paralisia” da comunidade internacional perante a guerra de Israel.

    O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, chegou a dizer ser “lamentável, além de moralmente inaceitável, que uma vez mais o Conselho de Segurança da ONU não tenha conseguido estar à altura do seu próprio mandato”.

    Primeiro grupo de repatriados de Gaza chega ao Brasil

    Das 34 pessoas que pediram ao governo brasileiro para serem repatriadas – 24 brasileiros e 10 familiares palestinos próximos –, 32 deixaram a área do conflito e desembarcaram em Brasília na segunda-feira.

    Segundo apurou a CNN, duas brasileiras, mãe e filha, decidiram ficar no território palestino por motivos pessoais.

    O grupo de brasileiros passará duas noites em um alojamento na Base Área, onde serão atendidos por assistentes sociais, além de receberem atendimento médico e psicológico.

    Todos passarão por atendimento de regularização migratória e serão incluídos no Cadastro Único, que possibilita ser beneficiado pelos programas sociais do governo federal.

    Na recepção dos brasileiros, Lula disse ao ministro Mauro Vieira que seria preciso “continuar brigando pela aprovação da segunda lista”.

    Veja mais: Governo analisa retirada de mais 40 brasileiros de Gaza

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