Israel continua matando mulheres e crianças, diz Lula
Presidente diz que não pode se calar "diante das aberrações"; Corte Internacional ordenou paralisação das operações militares em Rafah
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, neste sábado (25), que o governo israelense “continua matando mulheres e crianças” na Palestina. O petista pediu solidariedade às vítimas da guerra entre o grupo radical islâmico Hamas e Israel.
“Quero pedir a vocês uma solidariedade às mulheres e crianças que estão morrendo na Palestina por conta da irresponsabilidade do governo de Israel, que continua matando mulheres e crianças”, disse.
Lula também disse que o povo não deve se calar diante de “aberrações”. A declaração foi feita durante a inauguração de obras viárias na Rodovia Presidente Dutra (trecho da BR-116), em Guarulhos (SP).
A CNN entrou em contato para a Embaixada de Israel no Brasil comentar as falas do presidente, mas ainda não teve retorno.
Na sexta-feira (24), a Corte Internacional de Justiça, o principal tribunal das Nações Unidas (ONU), ordenou que Israel suspenda imediatamente a sua controversa operação militar na cidade de Rafah, no sul de Gaza, aumentando ainda mais a pressão internacional sobre Israel devido à sua guerra contra o Hamas.
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza na última quinta-feira (23) apontam que mais de 35 mil pessoas já morreram desde outubro de 2023, período em que o conflito entre Israel e Hamas teve início.
Embaixada em Tel Aviv
O embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, desembarcou nesta sexta-feira (24) a Israel depois de quase três meses fora do país. O diplomata, no entanto, seguirá afastado da embaixada até que o Itamaraty decida sobre seu futuro.
O governo brasileiro avalia manter o escritório apenas sob o comando do encarregado de Negócios, o diplomata Fábio Moreira Farias.
Meyer foi chamado de volta ao Brasil após uma reprimenda do ministro das Relações Exteriores de Israel no Museu do Holocausto, em Jerusalém, em fevereiro.
A reação de Israel se deu como resposta a uma manifestação do presidente Lula, que comparou os ataques de Israel à Gaza com a Alemanha de Adolf Hitler. Na ocasião, Lula foi declarado “persona non grata” por Israel.