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    Debate sobre drogas: “Respeito a decisão da Corte, mas sou contra descriminalização”, diz Claudio Castro à CNN

    Governador do Rio diz que é contra judicialização, que leva a ficar "se metendo na questão do outro"

    Priscila Yazbekda CNN

    O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), disse nesta quarta-feira (26) que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de descriminalizar o porte da maconha “cria uma confusão enorme” ao definir que o porte não é crime, enquanto a venda da droga é proibida. Castro também afirmou que é contra a judicialização da política, que gera “situações erradas” em que “um fica se metendo na questão do outro”.

    Eu acho que é um erro descriminalizar. Respeito a decisão da Corte, mas não concordo em descriminalizar. Até porque você continua tendo a venda. Se você tem um usuário, você tem a venda. Aí a venda é proibida, mas o usuário é permitido… Então, isso gera uma confusão enorme na vida das pessoas”, disse Castro, durante participação na 12ª edição do Fórum de Lisboa.

    Para o governador, a medida deve agravar um problema de saúde pública que é o consumo excessivo de drogas principalmente entre a população jovem e mais pobre. “Óbvio que a decisão judicial se cumpre, mas a gente espera que haja uma regulação melhor disso para que possamos entender na prática o que tem que ser feito pelas polícias”, afirmou Castro.

    Ao responder se concordava com a opinião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que o que “o STF não tem que se meter em tudo”, Castro, que participa do evento em Lisboa promovido pelo ministro do STF Gilmar Mendes, evitou criticar o Judiciário de forma mais contundente e disse que muitas vezes é a própria política que vai atrás das Cortes.

    “Eu sou um crítico do excesso de judicialização, mas também sou um crítico do excesso de ida ao Judiciário da própria política, sobretudo quando se perde uma matéria. Então, acho que são duas situações erradas que geram esse fato que é um se metendo na questão do outro e acabando descumprindo o que a Constituição fala, que cada poder tem que ser harmônico entre si”, afirmou o governador do Rio.

    Para Castro, os políticos não devem “ficar usando as Cortes como terceiro turno”. Ele admitiu que a própria classe política critica muito o STF, mas “a gente mesmo vai à Corte quando perde”. E acrescentou que os políticos devem aprender que as decisões não devem ser judicializadas sempre.

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