Debate CNN: Atentado pode ser obstáculo para projeto de anistia de envolvidos no 8/1?
Deputados debatem se o atentado na Praça dos Três Poderes pode ser obstáculo para PEC que anistia participantes dos atos antidemocráticos em 2023
O recente atentado com explosivos na Praça dos Três Poderes, ocorrido na última quarta-feira (14), reacendeu o debate sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que visa anistiar os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. O incidente levanta questões sobre a viabilidade e a pertinência dessa proposta no atual contexto político.
Em debate promovido pela CNN Brasil, os deputados federais Pedro Campos (PSB-PE) e Evair de Mello (PP-ES) apresentaram visões divergentes sobre o tema.
O deputado Evair de Mello argumentou que o atentando foi um fato isolado, criticando a postura do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente do ministro Alexandre de Moraes, na condução dos casos relacionados ao 8 de janeiro.
“O STF precisa compreender que eles são os guardiões da constituição, mas eles não são as únicas verdades postas no mundo”, afirmou Mello.
O deputado questionou a abordagem do STF em casos anteriores de críticas e ameaças a ministros, alegando uma mudança de postura em relação aos eventos recentes.
Por outro lado, o deputado Pedro Campos defendeu a necessidade de fazer cumprir a lei, ressaltando que os atos de 8 de janeiro constituíram um atentado contra o estado democrático de direito.
“É momento sim de fazer cumprir a lei e é momento da gente trazer uma reflexão em relação à questão do discurso violento, da utilização do ódio quanto forma de se fazer política”, argumento Campos.
Campos rejeitou a ideia de anistia, comparando a situação atual com o contexto histórico da anistia concedida após a ditadura militar. Ele enfatizou que, no caso presente, o excesso é apenas de um dos lados, tornando a anistia inadequada.
O deputado também alertou para o perigo da radicalização política e do discurso de ódio, relacionando esses fatores aos eventos recentes: “O oito de janeiro, a situação que aconteceu ontem, são sintomas diferentes de uma mesma doença, que é a radicalização da política, é o discurso de ódio”.