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    De Sarney a Lula 3, saiba quem foi o primeiro ministro a cair em cada governo

    Saída de Daniela Carneiro do Ministério do Turismo marca a segunda mudança no primeiro escalão no terceiro mandato do presidente petista

    Visão geral da Esplanada dos Ministérios, em Brasília
    Visão geral da Esplanada dos Ministérios, em Brasília Marcello Casal Jr./Agência Brasil

    Da CNN

    São Paulo

    A saída de Daniela Carneiro do Ministério do Turismo – após um longo impasse que envolveu o União Brasil – marcou a segunda mudança no primeiro escalão do governo no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    Antes dela, Gonçalves Dias havia deixado o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), após a repercussão de imagens que mostram ele dentro do Palácio do Planalto durante os ataques criminosos contra o Três Poderes, no dia 8 de janeiro de 2023.

    A expectativa para que Daniela Carneiro deixasse o governo Lula já durava mais de um mês. Integrantes do partido se mostravam incomodados com a demora de um anúncio formal.

    Gonçalves Dias deixou o cargo depois de cerca de quatro meses, Daniela Carneiro depois de seis, mas ambos estão longe do recorde do ministro que durou menos tempo no cargo: no governo do ex-presidente Michel Temer, o então ministro do Planejamento, Romero Jucá, deixou o posto após 11 dias de sua nomeação.

    Veja quem foi o primeiro ministro a cair em cada um dos mandatos:

    José Sarney (1985-1990)

    O primeiro ministro a deixar o cargo foi Francisco Dornelles, escolhido por Tancredo Neves para o Ministério da Fazenda. Dornelles tomou posse quando Sarney assumiu a Presidência após a morte de Tancredo, mas pediu demissão em agosto, após cinco meses de governo, por divergências na política econômica.

    Fernando Collor (1990-1992)

    Joaquim Roriz ficou à frente do Ministério da Agricultura apenas durante as duas primeiras semanas do governo Collor. Ele pediu para deixar o cargo para que pudesse concorrer às eleições ao governo de Brasília.

    Itamar Franco (1992-1995)

    O ministro da Fazenda Gustavo Krause pediu demissão em dezembro de 1992, dois meses depois de ser empossado por Itamar Franco, que assumiu a Presidência após o impeachment de Collor. Sua saída teria sido motivada pela aproximação do presidente com economistas que tinham teses opostas às suas.

    Fernando Henrique Cardoso 1 (1995-1998)

    Roberto Muylaerte estava a frente da Secretaria de Comunicação Social do governo e decidiu deixar o cargo em abril, pouco mais de três meses após o início do governo. O desgaste teria sido causado por conta de divergências com a agência de publicidade que atuou na campanha de FHC e que seguia próxima aos membros do governo federal.

    Fernando Henrique Cardoso 2 (1999-2002)

    No fim de março de 1999, Paulo de Tarso Almeida Paiva foi exonerado por FHC do Ministério de Orçamento e Gestão e substituído interinamente pelo então secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente. Paiva assumiu a vice-presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

    Luiz Inácio Lula da Silva 1 (2003-2006)

    O primeiro ministro a deixar o cargo foi Roberto Amaral, à frente da pasta de Ciência e Tecnologia, pouco mais de um ano depois do início do governo, apenas em janeiro de 2004. Com pouco apoio político para permanecer no cargo, ele saiu logo antes da primeira reforma ministerial realizada pelo presidente.

    Luiz Inácio Lula da Silva 2 (2007-2010)

    No segundo mandato, o então ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, entregou sua carta de demissão a Lula em maio, após ser acusado pela Polícia Federal (PF) de receber R$ 100 mil em propina.

    Dilma Rousseff 1 (2011-2014)

    O então ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, pediu demissão em junho de 2011 depois de quase um mês de crise política no governo causada por questionamentos acerca de sua evolução de patrimônio e suspeitas de tráfico de influência na sua atividade como consultor.

    Dilma Rousseff 2 (2015-2016)

    Durante o segundo mandato de Dilma, Cid Gomes foi o primeiro ministro a deixar o cargo. Cid chefiava o Ministério da Educação e deixou o cargo no dia 18 de março de 2015. O pedido de demissão feito pelo próprio ministro e ocorreu após uma crise com a base governista.

    Michel Temer (2016 – 2018)

    No governo de Michel Temer, o primeiro a deixar o cargo foi Romero Jucá, então ministro do Planejamento. Jucá foi nomeado no dia 12 de maio de 2016 e deixou o cargo no dia 23 de maio. O anúncio de sua saída ocorreu no mesmo dia em que o jornal “Folha de S.Paulo” divulgou conversa em que Jucá sugere um “pacto” para barrar a operação Lava Jato.

    Jair Bolsonaro (2019 – 2022)

    O primeiro ministro a perder o cargo durante o governo de Jair Bolsonaro foi Gustavo Bebianno, que ocupava o posto de ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Bebianno foi demitido em fevereiro de 2019, 49 dias após assumir o mandato.

    *Publicado por Pedro Zanatta, da CNN