Daniela Lima: tratamento a parte dos militares deixou cicatrizes no governo
Jornalista diz que artigo publicado pelo ex-porta-voz da Presidência Otávio do Rêgo Barros em jornal atinge diversas áreas do governo mesmo sem citar nomes
No quadro Em Off desta quarta-feira (28), na CNN Rádio, Daniela Lima analisa o artigo publicado na véspera pelo ex-porta-voz da Presidência Otávio do Rêgo Barros no jornal Correio Braziliense com uma série de críticas ao governo federal.
“O artigo tem tantos recados, para tantas pessoas, mesmo sem citar um único nome da política atual, que cabe como uma luva para diversas áreas do governo”, diz a jornalista.
Para Daniela, o texto de Rêgo Barros deixa evidente a insatisfação de uma ala dos militares, de uma ala do generalato, que aderiu presidente Jair Bolsonaro (sem partido) lá trás, no início do seu governo, como pilares de governança.
“Alguns dos principais nomes dessa ala, e Rêgo Barros está incluído nesses nomes, deixaram o governo pela porta dos fundos, e outros sob tiro pesado, como o general Santos Cruz”, completou.
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“O fato é que a forma como uma parte dos militares foi tratada deixou cicatrizes no governo e essa estão bastante expostas neste artigo”, disse. Daniela ainda destacou alguns trechos do artigo, como os seguintes:
“É doloroso perceber que os projetos apresentados nas campanhas eleitorais, com vistas a convencer-nos a depositar nosso voto nas urnas eletrônicas, são meras peças publicitárias, talhadas para aquele momento. Valem tanto quanto uma nota de sete reais. Tão logo o mandato se inicia, aqueles planos são paulatinamente esquecidos diante das dificuldades políticas por implementá-los ou mesmo por outros mesquinhos interesses.”
“Os assessores leais – escravos modernos – que sussurram os conselhos de humildade e bom senso aos eleitos chegam a ficar roucos. Alguns deixam de ser respeitados, outros são abandonados ao longo do caminho, feridos pelas intrigas palacianas. O restante, por sobrevivência, assume uma confortável mudez. São estes servidores subservientes que não praticam, por interesses pessoais, a discordância leal.”