Daniel Silveira critica Moraes em perfil da esposa no Instagram; vídeo é apagado
Proibido de usar as redes sociais, deputado federal se referiu ao ministro como “mentiroso da República”; assessoria de Moraes diz que não irá comentar
O deputado federal Daniel Silveira (PTB) usou no domingo (21) as redes sociais da esposa, Paola Silveira, para publicar um vídeo em que critica o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. No material, ele chama Moraes de “mentiroso da República e dos poderes” e diz que “caga e anda” para suas decisões. Na manhã de segunda-feira (22), o vídeo foi retirado do ar.
Silveira está com os perfis no Twitter, Instagram e Facebook suspensos por decisão do ministro desde fevereiro de 2021. Na fala publicada no perfil da esposa, o candidato ao Senado pelo Rio de Janeiro dizia ainda que o ministro “desrespeita as leis e não respeita nada da Constituição”.
A crítica ao ministro foi feita após o deputado justificar o uso do perfil da esposa para publicar o vídeo e criticar o bloqueio de suas contas, o que chamou de “censura”. “Não tenho rede social e estou usando a rede social da Paola porque estou censurado, apesar disso ser vetado pela Constituição e vou falar isso à exaustão”, declarou.
Segundo ele, um parlamentar federal “jamais, em hipótese alguma, pode ser censurado”. “Tanto que eu cago e ando para as medidas do Alexandre de Moraes porque são medidas que não existem dentro do direito”, acrescentou.
O vídeo tem ainda críticas a Romário (PL), que Silveira diz não ser o candidato de Jair Bolsonaro (PL) ao Senado no Rio de Janeiro embora o presidente e o senador sejam do mesmo partido.
O deputado foi condenado em abril deste ano pelo STF por ataques antidemocráticos à Corte e aos ministros. No mesmo mês, Bolsonaro concedeu um indulto a ele, perdoando sua condenação, o que intensificou os atritos com o STF.
Procurada pela CNN, a assessoria de Daniel Silveira respondeu em nota que Paola Silveira, por ser candidata a deputada federal, “tem, assim como qualquer outro usuário, o direito de publicar os seus conteúdos”. O candidato disse ainda que, ao usar as redes, não burlou as regras da condenação “pois o processo foi automaticamente extinto após o indulto (graça) presidencial”.
“Toda vez que qualquer veículo de imprensa endossa e até aplaude algum tipo de censura, está na verdade acelerando a pavimentação da estrada que o levará a ser, num futuro próximo, alvo da mesma censura”, finaliza a nota.
A CNN procurou a assessoria do ministro Alexandre de Moraes no STF, que afirmou que não irá comentar a publicação do vídeo.