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    Cúpulas do Centrão e do PL não defendem relatório que aponta falhas no TSE

    Muitas das fragilidades apontadas já foram refutadas publicamente tanto por técnicos da corte, quanto por órgãos fiscalizadores, como o Tribunal de Contas da União

    Daniela Limada CNN

    Após o estrondo causado pela divulgação de um texto apócrifo, sem assinatura, mas com o timbre do PL que levanta dúvidas sobre a segurança das urnas a quatro dias do primeiro turno, integrantes da cúpula do centrão e do próprio partido que empresta sua logomarca ao documento, não assumem compromisso em defender abertamente os achados do suposto relatório.

    A CNN ouviu um dirigente do PL e amigo pessoal do presidente da sigla, Valdemar da Costa Neto, e ele tentou traçar à emissora a cronologia dos fatos. E informou o seguinte: que, a pedido da campanha do presidente Jair Bolsonaro, a direção do PL, por meio do próprio Valdemar contratou um grupo para analisar a segurança das urnas eletrônicas.

    Ainda segundo esse dirigente, um relatório, mais robusto do que o divulgado hoje pelo vice-presidente da sigla, o Capitão Augusto (PL-SP), chegou à direção nacional. O documento, assegura a fonte do PL, foi lido, analisado e seria usado, até segunda ordem, apenas para consumo interno.

    Ocorre que, ainda segundo essa fonte, sem aval de Valdemar, integrantes do PL teriam decidido divulgar uma versão sintética do relatório, que foi enviado à imprensa sem qualquer assinatura do responsável pelas informações ali contidas, ou mesmo sem a chancela da direção nacional.

    O documento faz uma série de apontamentos de supostas fragilidades das urnas eletrônicas, muitas delas já refutadas publicamente tanto por técnicos da corte, quanto por órgãos fiscalizadores, como o Tribunal de Contas da União. O texto diz, por exemplo, que apenas um pequeno grupo do TSE tem acesso ao código fonte das urnas, o que é sabidamente falso.

    O código fonte das urnas foi publicizado um ano antes da eleição. O próprio PL foi à corte meses atras, olhou o sistema e preferiu não analisá-lo, ao contrário de outros partidos e órgãos como o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, que auditaram o sistema.

    Com o texto na rua, a cúpula do PL correu para tentar jogar água na fervura, assim como pessoas próximas aos outros partidos do centrão que dão suporte à candidatura de Jair Bolsonaro, como o PP e o Republicanos.

    A mensagem que esses interlocutores enviam é a de que, por força gravitacional, o nome eleito em outubro, nas urnas, chegará ao poder.

    TSE se manifesta

    A CNN procurou o TSE para comentar o caso e o tribunal enviou uma nota sobre as afirmações do PL.

    “As conclusões do documento intitulado ‘resultados da auditoria de conformidade do PL no TSE’ são falsas e mentirosas, sem nenhum amparo na realidade, reunindo informações fraudulentas e atentatórias ao Estado Democrático de Direito e ao Poder Judiciário, em especial a Justiça Eleitoral, em clara tentativa de embaraçar e tumultuar o curso natural do processo eleitoral”, afirmou o TSE, que continua em seu comunicado.

    “Diversos dos elementos fraudulentos constantes do referido ‘documento’ são objetos de investigações, inclusive nos autos do Inquérito n. 4.781/DF, em tramitação no Supremo Tribunal Federal [STF], relativamente à fake news e, também, já acarretaram rigorosas providências por parte do TSE, que decidiu pela cassação do diploma de parlamentar na hipótese de divulgação de fatos notoriamente inverídicos sobre fraudes inexistentes nas urnas eletrônicas”, diz a nota do TSE, que continua.

    “O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, determinou a imediata remessa do documento ao Inquérito nº 4.781/DF, para apuração de responsabilidade criminal de seus idealizadores – uma vez que é apócrifo –, bem como seu envio à Corregedoria Geral Eleitoral para instauração de procedimento administrativo e apuração de responsabilidade do Partido Liberal e seus dirigentes, em eventual desvio de finalidade na utilização de recursos do fundo partidário”, concluiu o TSE.

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