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    Cúpula do PP se reúne para discutir agenda do partido depois de posse de ministro

    Encontro ocorre uma semana após o ex-líder da bancada de deputados, André Fufuca (MA), tomar posse como ministro do Esporte do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

    Iuri Pitta

    A Executiva Nacional do PP marcou para a tarde desta terça-feira (19), na Câmara dos Deputados, em Brasília, uma reunião de seus principais dirigentes para discutir um documento chamado Agenda Progressistas, com princípios e pautas identificadoras do programa político do partido.

    O encontro ocorre uma semana após o ex-líder da bancada de deputados, André Fufuca (MA), tomar posse como ministro do Esporte do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    A elaboração dessa agenda foi anunciada em julho pelo presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI). Na época, o dirigente afirmou em suas redes sociais que o documento seria “fruto de ampla discussão e participação interna e definirá o que seriam as nossas ‘cláusulas pétreas’, INEGOCIÁVEIS, a transcrição, de forma simples, dos princípios que TODOS somos obrigados a seguir no partido”.

    “Vamos tratar principalmente das pautas econômicas que defendemos e das questões que não admitimos sob nenhuma hipótese, como aumento de tributos”, explicou a senadora Tereza Cristina (MS), responsável pela organização das diretrizes que vão ser discutidas e votadas pelos dirigentes do Progressistas. “Vocês (jornalistas) cobram posicionamento do Centrão, princípios partidários. Pois é isso: somos Centrão com direção.”

    Para o deputado Covatti Filho (RS), presidente da Fundação Milton Campos, vinculada ao PP, a consolidação da agenda do partido deixará claro o posicionamento da sigla no espectro político da direita.

    “Todo o nosso grupo que foi responsável pelo debate tem o mesmo posicionamento conservador, como a senadora Tereza Cristina, o deputado Ricardo Barros (ex-líder do governo Jair Bolsonaro e atual secretário de Saúde do Paraná), o próprio senador Ciro Nogueira”, explicou.

    Princípios e pautas

    Os dirigentes do PP – membros da Executiva Nacional e presidentes dos diretórios estaduais – vão não só discutir o conteúdo do documento em si, mas em quais desses princípios e pautas o partido terá fechamento de questão.

    Em outras palavras, significa que a direção poderá aplicar sanções disciplinares aos integrantes da sigla que desrespeitarem essas determinações.

    Historicamente, parlamentares do PP das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste fazem oposição aos governos do PT nos níveis local e nacional, enquanto os do Nordeste têm maior proximidade com os petistas – o próprio presidente do partido foi aliado no Piauí, mas rompeu durante o governo Jair Bolsonaro (PL), do qual foi ministro-chefe da Casa Civil.

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    Esse debate da agenda de princípios do PP ocorre depois da entrada de Fufuca no governo Lula, após meses de negociações, ainda incompletas.

    Em entrevista publicada na segunda-feira (18) pelo jornal Folha de S.Paulo, o presidente da Câmara e membro da Executiva do PP, Arthur Lira (AL), afirmou ser “claro que, quando um partido indica um ministro que era líder de um partido na Câmara, a tendência natural é que esse partido passe a ser base de apoio ao governo na Câmara dos Deputados, como Republicanos, como outros partidos”.

    Lira não estará no encontro em Brasília, já que integra a comitiva de Lula que foi aos Estados Unidos nesta semana, para a Assembleia-Geral da ONU.

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