Cúpula da CPI rejeita antecipar fala de Barros e quer trabalhar no recesso
Líder do governo Bolsonaro gostaria de ser ouvido nesta semana, mas deve falar apenas após o recesso parlamentar, em agosto
Os senadores que integram a cúpula da CPI da Pandemia concederam entrevista coletiva nesta terça-feira (13) e descartaram antecipar o depoimento do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), como busca o líder do governo na Câmara dos Deputados, inclusive ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“É importante deixar claro. Não é depoente, testemunha ou investigado, que determina quando deve ser ouvido. Isso é uma inversão do princípio da investigação”, criticou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), em resposta ao repórter da CNN Mathias Brotero. “Isso é uma investigação com outra qualquer. Não é ele quem determina”, completou o vice-presidente da CPI.
O depoimento de Barros está previsto para a próxima terça-feira, dia 20. Segundo o senador, caso seja aprovada a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o que leva o Senado a um recesso parlamentar, o líder do governo Bolsonaro só será ouvido pela CPI em agosto.
O mesmo se aplica, diz Randolfe, ao reverendo Amilton Gomes de Paula, que dirige uma organização não-governamental e apresentou atestado médico de 15 dias em razão de uma crise renal.
Nesta quarta-feira (14), a CPI ouve Emanuela Medrades e Francisco Maximiano, diretora técnica e sócio da Precisa Medicamentos. Na quinta-feira (15) é a vez de Cristiano Carvalho, representante no Brasil da Davati Medical Supply.
Recesso
A cúpula da comissão vai se reunir com o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado, para tratar do funcionamento da CPI durante o recesso parlamentar e dos detalhes da prorrogação dos trabalhos, que deve ser oficializada em plenário por Pacheco.
O encontro foi anunciado pelo presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM). Segundo Randolfe Rodrigues, caso a LDO seja aprovada e se confirme o recesso parlamentar, a intenção da CPI é obter de Rodrigo Pacheco a autorização para que a assessoria técnica e a análise de documentos possam continuar funcionando durante a pausa.
Ricardo Barros
O deputado Ricardo Barros teve o nome mencionado na CPI da Pandemia no mês passado, durante depoimento do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e do irmão deste, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda.
Segundo afirmou Miranda aos senadores, o nome de Barros foi dito pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao ouvir uma denúncia de supostas irregularidades na aquisição da vacina Covaxin. Barros nega envolvimento com a negociação e pede que seu depoimento seja antecipado.