CPI: suspeito de colocar bomba no aeroporto do DF diz que conversa de atentado era comum em acampamentos
Alan Diego dos Santos depôs, nesta quinta-feira (29), na comissão parlamentar da Câmara Distrital de Brasília que investiga os atos criminosos de 8 de janeiro
O suspeito de colocar uma bomba no aeroporto do Distrito Federal em dezembro de 2022, Alan Diego dos Santos, afirmou, nesta quinta-feira (29), que era comum as pessoas que estavam acampadas em frente ao quartel do Exército de Brasília falarem em atentados.
A declaração foi dada em depoimento à comissão parlamentar de inquérito (CPI) do 8 de janeiro da Câmara Distrital de Brasília.
“As pessoas chegam com material [bomba] e fala (sic) que vai fazer (…) Como que eu ia sair depois de ser ameaçado? Eu poderia não querer levar o artefato, e eles sumirem comigo e me matar, porque tentaram (…) Então levei [a bomba] para não sofrer represálias com minha família. Pedi uma carona, coloquei lá no caminhão e liguei para a polícia. Eu que liguei para a polícia”, declarou Santos.
A CNN apurou com fontes da Polícia Civil que investigam esse caso que, de fato, Santos telefonou para as autoridades para denunciar a situação, mas, quando o atendente ia registrar a denúncia, ele teria desligado.
O suspeito também afirmou que votou no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022 e que fez campanha para outros candidatos: “Me doei para a coronel Fernanda, deputada federal, Valmir moreto, estadual, governador Mauro Mendes, senador Welington Fagundes”.
Ele ainda disse que esteve presente em Brasília nos meses de novembro e dezembro após as eleições, mas que não participou dos atos de vandalismo das sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro.
Santos ainda informou que, enquanto esteve no acampamento bolsonarista em frente ao Exército, não gastou dinheiro, que havia “comida de graça”: “Tinha Pix nas barracas, sempre tinha costela, peito. O povo comia bem”. A afirmação foi feita em tom de deboche, enquanto sorria.
Além disso, o suspeito declarou que chegou a acreditar em fraude nas urnas eletrônicas, mas que mudou de opinião ao lembrar da vitória de Bolsonaro em 2018 por meio da mesma tecnologia.
*Publicado por Pedro Jordão, da CNN