CPI das Criptomoedas aprova quebra dos sigilos bancários de Tatá Werneck, Cauã Reymond e Marcelo Tas
Comissão também aprovou convocação e quebra de sigilos bancários dos proprietários da 123milhas
A CPI das Criptomoedas aprovou a quebra de sigilo bancário dos atores Tatá Werneck e Cauã Reymond e do apresentador Marcelo Tas durante a sessão desta quarta-feira(23).
Tatá e Cauã já tinham sido convocados para comparecer à comissão, no último dia 15, mas conseguiram um habeas corpus do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, que permitiu que os dois não comparecessem.
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A CPI investiga as três celebridades por terem feito peças publicitárias da empresa Atlas Quantum. A empresa é acusada de aplicar um golpe de R$ 7 bilhões em cerca de 200 mil investidores O fundador da Atlas também teve seu sigilo bancário quebrado pela CPI.
A sessão foi marcada pela discussão entre o presidente da CPI, Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), e o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que foi o único integrante da comissão a votar contra a quebra de sigilo bancário dos três.
Na discussão, o presidente da CPI questionou se Braga preferia que a comissão votasse outros requerimentos ou se queria “blindar” apenas a quebra de sigilo de Tatá, Cauã e Tas, o que gerou irritação de Glauber.
“É uma tentativa de intimidação que eu não vou aceitar. Quem conhece a minha história, deputado Glauber, e conhece a sua, deputado Áureo, sabe muito bem quem tem a prática de blindagem e de utilização do espaço parlamentar para ganhos que não sejam políticos. Não me venha com esse tipo de acusação”, afirmou Gláuber.
Mesmo com o protesto do deputado do PSOL, a votação foi aprovada pela comissão.
Na sessão, foram aprovados 25 requerimentos de convocações e quebras de sigilos de outros investigados, a maioria por votação simbólica.
Entre os convocados está Arthur do Val, que terá de ir à comissão na condição de investigado, também para prestar esclarecimentos acerca das suspeitas de envolvimento em fraudes com investimentos em criptomoedas envolvendo a empresa Atlas Quantum.
A defesa de Tatá Werneck, em nota assinada pelos advogados Maíra Fernandes, Guilherme Furniel e Ricardo Brajterman, diz que recebeu “com profunda indignação a ordem de quebra de sigilo, pois não praticou crime algum”.
“[Tatá] Apenas participou de campanha publicitária, cinco anos atrás, quando a empresa era considerada sólida em seu mercado. Como artista, ela jamais poderia prever que a empresa se envolveria em fraudes anos depois. Admitir que os artistas sejam punidos por possíveis erros futuros de empresas para as quais tenham feito propaganda – e pelas quais sequer continuem contratados – significaria o fim da publicidade no Brasil”, diz a nota.
“Ela jamais foi sócia, investidora ou participou dos lucros da empresa, motivo pelo qual considera a quebra de sigilo absurda e totalmente descabida para o que se pretende investigar na CPI. A defesa acrescenta que tomará todas as medidas judiciais cabíveis”, complementam os advogados da atriz.
Já a defesa de Marcelo Tas afirmou que “o ator ainda não possui posicionamento referente à quebra de sigilo de suas contas bancárias aprovada pela CPI das Cripotomoedas”.
A CNN entrou em contato com Arthur do Val e Cauã Reymond, e aguarda retorno.
123milhas
A CPI também aprovou a convocação e a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, sócios administradores da 123milhas.
A quebra dos sigilos bancários também inclui Cristiane Soares Madureira do Nascimento, que também é da família dos irmãos, aparece como sócia da empresa, através da Novum Investimentos Participações.
A CNN entrou em contato com a empresa e aguarda retorno.